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Georgeo Passos: “Nós fiscalizamos e cobramos, mas nada avança!”

Por Habacuque Villacorte – Rede Alese

O deputado estadual Georgeo Passos (Cidadania) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã dessa terça-feira (17), para anunciar que faria uma espécie de “reflexão” sobre seu mandato parlamentar. Eleito em 2014 e reeleito em 2018, Georgeo disse que falava por si e que não se sentia satisfeito com o atendimento das demandas que vêm da população. Ele disse que a expectativa é sempre muito grande, mas as realizações não acontecem efetivamente.

Georgeo explicou que quando eleitos, os deputados ficam com a expectativa de levarem para a população respostas imediatas para os problemas que afligem a sociedade. Ele pontuou que as cobranças são comuns e que, muitas vezes, elas se confundem com obrigações do poder executivo. “Infelizmente nós não conseguimos avanços com a população. Não conseguimos melhorar a vida das pessoas. Isso vem sendo martelado aqui dentro do plenário ou em nossos gabinetes”.

O deputado disse que são feitas fiscalizações e visitas, mas que para eles, as respostas produzidas para a sociedade são mínimas. “Infelizmente é a realidade! Sabemos o custo do parlamento brasileiro, e a própria Alese tem um custo para a sociedade. No caso da hibernação da Fafen, por exemplo, viajamos para Laranjeiras, tivemos reuniões em Brasília (DF) e as coisas continuam do mesmo jeito. Sobre a situação das rodovias estaduais ninguém aguenta mais tantos discursos e indicações, mas a resposta é sempre a mesma do governo: não se tem dinheiro. Queremos produzir algo de concreto”.

Georgeo pontuou ainda a fiscalização recente realizada no Hospital Amparo de Maria, em Estância. Registrou que os parlamentares presenciaram o nascimento de uma criança na porta da maternidade que é referência na região. Também exigiu imagens de escolas públicas situadas no município de São Cristóvão, cujas estruturas físicas se encontram em situação degradante.  “Na Escola Glorita Portugal, nós chegamos pela manhã, tinha comida, mas não houve merenda porque a servidora tinha oito dias que não aparecia e a diretora nem sabia que era ela”.

O deputado ainda colocou que é servidor público e que defende o funcionalismo, mas exige responsabilidade de quem se dispõe a fazer um concurso público para não deixar 400 alunos sem merenda e sem uma justificativa. “Muitas escolas estão passando por um momento ruim, inclusive no aspecto físico. Fomos em outra escola que está há dois anos fechada, esperando uma reforma. A obra do colégio Atheneu segue se arrastando. Os alunos ficam estudando em salas improvisadas. Estamos brincando com a Educação”, criticou.

Georgeo acrescentou que não há como avaliar um aluno que está submetido a essas condições de ensino. Pontuou que as escolas precisam de pessoal, que muitos servidores acumulam funções, que em algumas, os diretores preparam a comida. O deputado alertou para os problemas com o aprendizado e dificuldades no conhecimento.  “Enquanto isso, estamos fazendo o que, aqui? O que adianta a gente ficar fiscalizando e cobrando se nada sai do lugar? Do primeiro dia em que assumi o mandato aqui as coisas só pioraram no Brasil e, principalmente, em Sergipe. Muitas vezes o problema é de gestão”.

Foto: Jadílson Simões

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