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Maria Mendonça em resposta ao Governo: “Minhas lentes enxergam o que o povo sofre diariamente em Sergipe”

 

“As minhas lentes enxergam o que o povo de Sergipe vê e sofre diariamente”. Foi assim que a deputada Maria Mendonça (PP), da tribuna da Assembleia Legislativa, respondeu à provocação do governador Jackson Barreto que, em artigo publicado no Jornal da Cidade e replicado em suas redes sociais, no último final de semana, escreveu sobre “o que se passa pelas lentes da deputada Maria Mendonça”. No texto Barreto, questionava parte da entrevista da parlamentar ao próprio Jornal da Cidade, no final de semana anterior, onde ela apontava uma série de problemas enfrentados pelo Estado em áreas essenciais, como a segurança pública, em virtude da falta de planejamento de prioridade do Governo.

“Eu tenho uma história de vida pública transparente, que contraria a alegação de que faço a política do quanto pior melhor e comprova o princípio da coerência que tem norteado a minha postura nesta Casa”, disse a deputada, ao citar ocasiões em mandatos anteriores, que, embora estivesse na base governista, votou contra o Executivo. “Assim foi quando da privatização da antiga Energipe, no então governo de Albano Franco e, de igual modo, com a fusão da Cohidro e Emdagro, que quatro anos mais tarde mostrou-se danosa, como eu havia alertado, e foi desfeita”, apontou.

A deputada ressaltou que a prova de que não faz “a política do quanto pior melhor”, como alegou o governador, é que recentemente ajudou a aprovar um pedido de empréstimo, solicitado pelo Governo a quem faz oposição “responsável e construtiva”, da ordem de R$ 560 milhões para a recuperação das estradas “cuja precariedade muito denunciei ao longo dos anos”. A decisão, observou Maria, é prova de que faz a política “da responsabilidade para com o povo e com o meu Estado”.

A deputada lembrou que o fato até hoje vem sendo usado pelos seus adversários, em Itabaiana, para tentar confundir a opinião pública dizendo “que estou aliada a esse Governo, a quem tenho cobrado todo o tempo que procure governar o Estado com compromisso, planejamento e sensibilidade, de modo a retirar Sergipe das negativas”. Apesar do uso político que vem sendo feito desse episódio, “não abri mão das minhas convicções porque sei que a recuperação das nossas estradas salvará muitas vidas”. Ela lembrou que as suas cobranças em relação à melhoria das rodovias são desde 2011, “embora o Governo não tenha demonstrado sensibilidade com as vidas que se perderam em acidentes e que poderiam ser evitados se as vias estivessem bem pavimentadas, sinalizadas e com acostamento”.

Apenas reparos, não reforma!

A deputada estadual também desfez equívocos disseminados pelo governador a respeito de investimentos que estariam sendo feitos pelo Governo estadual no município de Itabaiana. Segundo Maria, as nove escolas citadas por Jackson receberam, na verdade, “reparos paliativos depois que o caos se instalou”. Em algumas delas, os próprios professores estão comprando tinta para pintá-las, visando garantir uma aparência mais aprazível para a comunidade. “Se tivesse passado por reformas, não haveria fossas estouradas, telhados danificados, paredes em situações precárias. O que houve foi reparo, o que não pode ser confundido com reforma. Isso, se a imprensa quiser constatar, é só visitar hoje ou amanhã”, disse.

Em sua fala, Maria disse ainda que no Colégio Murilo Braga, por exemplo, a reforma foi iniciada, ainda, na gestão do então governador Marcelo Déda, já falecido. “Eu quero crer que o governador não agiu de má-fé, mas recebeu informações equivocadas. Se ele acompanhasse de perto o ensino público, conheceria a verdade”, afirmou, ao aproveitar a oportunidade e apresentar Requerimento para que a direção do Sindicato dos Professores (Sintese) possa ir a Assembleia Legislativa elencar a real situação das unidades de ensino, bem como as escolas que, de fato, sofreram reformas.

“O progresso alardeado pelo chefe do Executivo em seu artigo”, observou Maria Mendonça, “não encontra lastro na realidade vivenciada pelos cidadãos, que é marcada pela negação de direitos constitucionais”. A deputada citou como exemplo a segurança pública onde, além do sucateamento das estruturas policiais, “há uma total desmotivação da classe pela falta de valorização e condições de trabalho, fatores que refletem diretamente no avanço da bandidagem, que tem amedrontado os homens e mulheres de bem”.

Na saúde, prosseguiu a deputada, “pacientes com câncer morrem porque não há dignidade no tratamento ofertado, uma vez que, faltam medicamentos e estrutura adequada”. “Situação de penúria é enfrentada pelos servidores públicos que há cinco anos, sequer, têm tido acesso a recomposição das perdas salariais, que são garantidas pela Constituição”.  Maria citou, ainda, a inglória luta dos aposentados que “doaram suas vidas para bem servir o Estado e vivem angustiados por terem seus benefícios fatiados”.

Maria Mendonça ponderou que a maior parte das obras elencadas pelo governador Jackson Barreto integra o legado do seu antecessor, Marcelo Déda, já falecido.  Ela citou como exemplo o Ginásio de Esportes em Itabaiana, cujos serviços foram iniciados em 2010, mas ainda não foram concluídos. “Isso não é motivo para um governador se vangloriar”, asseverou Maria, para quem, muito além do discurso, “o homem público deve ter compromisso com a transparência e a verdade”.

No seu entender, a forma de fazer política do governador Jackson Barreto demostra “clara falta de respeito e de projetos, mas que o Governo prefere justificar todo o desmando, alegando crise financeira”. Para ela, “está claro que o que falta é vontade política e aptidão para administrar. E não sou eu quem está dizendo, são os fatos constatados diariamente pelo nosso povo em todas as áreas”. Maria finalizou a sua fala lendo uma frase do pensador e político norte-americano, Abraham Lincoln que diz que “você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo”.

 

Por Ascom Parlamentar

Foto: Jadilson Simões

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