Na primeira Sessão Plenária Itinerante realizada no município de Propriá, nesta quinta-feira (20), a deputada Linda Brasil (Psol) denunciou na Tribuna, os impactos causados pela variação abrupta da vazão do Rio São Francisco, especialmente na região do Baixo São Francisco.
A deputada contou que os moradores enfrentam dificuldades no acesso à água potável e na realização de atividades essenciais. “Imagine acordar de manhã, ligar a torneira e se deparar com água salgada ou com gosto de cloro. Tentar tomar banho, cozinhar, lavar roupas e não conseguir porque a água que sai é amarelada e barrenta”, descreveu.
A parlamentar também ressaltou os prejuízos à pesca e à subsistência das comunidades ribeirinhas. “Sair de casa para pescar, garantir o sustento da família, e voltar com o barco vazio. Essa é a realidade de muitos moradores e moradoras da região”, afirmou.
De acordo com Linda Brasil, a principal causa dos problemas enfrentados pelas comunidades é o controle da vazão do rio, feito pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), sem levar em conta os impactos ambientais e sociais. “Especialistas apontam que essa variação na vazão prejudica a fauna e a flora, a pesca artesanal, a rizicultura, a piscicultura, a navegabilidade e outras atividades ligadas ao modo de vida dos povos ribeirinhos”, destacou.
A deputada também criticou a falta de fiscalização sobre a atuação da CHESF. “Muitas vezes a vazão do Rio São Francisco fica abaixo dos 1.100 m³/s, vazão mínima permitida pela resolução 2.081/2017 da Agência Nacional das Águas (ANA). Quando isso acontece, o rio fica praticamente seco”, alertou.
Diante da situação, a parlamentar defendeu uma revisão na gestão das águas do São Francisco, garantindo que as comunidades ribeirinhas tenham voz ativa no processo. “Não podemos mais aceitar que a gestão das águas do Rio São Francisco seja determinada somente pelos interesses do setor energético e do agronegócio”, declarou.
Para a deputada, o governo do estado precisa agir de forma mais efetiva para resolver o problema. “Cabe ao governo do estado se mobilizar para resolver essa questão que assola tantas famílias em toda a região do Baixo São Francisco Sergipano. Ficar de braços cruzados é que não dá”, concluiu.
Foto: Jadilson Simões| Agência de Notícias Alese