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Especialistas destacam a importância do tratamento contínuo da radioterapia na AL

Atendendo a um convite da presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputada estadual Silvia Fontes (PDT), os especialistas em radioterapia William Eduardo Nogueira, presidente da Clinradi (Clínica de Radioterapia e Imagem), e Marcos Antônio Santana (Clinradi e Hospital de Urgência de Sergipe), fizeram exposições no plenário da AL para os deputados estaduais e alertaram para a necessidade do tratamento contínuo de pacientes oncológicos em Sergipe.

O primeiro a falar, Dr. William Nogueira, fez uma apresentação com caráter mais científico, onde ele tentou explicar de uma forma bem didática a ação do equipamento de radioterapia sobre as células do corpo humano. “A radioterapia é curativa e paliativa, as vezes é isolada e exclusiva e outras vezes vem associada com a cirurgia ou a quimioterapia. Criada em 1889, a radioterapia era paliativa apenas e não havia condições de doses altas sobre o tumor e nem de proteger os tecidos circunvizinhos”.

especialista 1Em seguida, ele destacou os avanços com as tecnologias modernas em relação ao tratamento. “Hoje se consegue curar ou prolongar a sobrevida das pessoas. Existe uma lei federal que obriga o início do tratamento em 60 dias após ser diagnosticado. A demora no início do tratamento de radioterapia afeta sim e aumenta o risco da doença voltar ao local. Estudos científicos revelam que, em uma semana de interrupção, nós perdemos 4% dos pacientes. Imagine se forem várias semanas ou meses?”.

Por fim, Dr. William Nogueira enfatizou de nada adianta também ter ótimos aparelhos para o tratamento se não tiver os especialistas preparados para o manuseio. “Acabou de chegar em Sergipe um físico oriundo do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo (SP). Temos que trazer bons profissionais”, relata, destacando um estudo no Canadá que apresenta um aumento absurdo nos registros de casos de câncer.

“Em 2012 eram 6 milhões de casos diagnosticados. Em 2035 a previsão é de que sejam quase 13 milhões. E a ascensão da doença é ainda maior nos países menos desenvolvidos. Os mais ricos investem em prevenção e reduzem os diagnósticos. A cada ano a radioterapia moderna pode salvar até 1milhão de pacientes, mas o acesso a ela ainda é relativamente baixo”, acrescentou o presidente da Clinradi.

Marco Antônio Santana

Em seguida, quem fez sua exposição foi o especialista em radioterapia, Marco Antônio Santana. “A radioterapia existe desde a proclamação da República e vem evoluindo muito. O Câncer é uma doença que assusta toda a população, que afeta milhões de pessoas e ninguém sai de um consultório médico sem tremer nas bases ao ouvir falar nesta doença. É perigosa sim e necessita de atenção e de um tratamento contínuo”.

Com dados estatísticos em mãos, o especialista disse que em 2016 Sergipe tinha 4.270 casos de câncer diagnosticados. “A incidência é relativamente alta! Mas o mais preocupante é que nós ainda não conseguimos detectar todos os casos através das nossas triagens. A estimativa feita por órgãos internacionais diz que no curso de uma vida temos o risco de 40% de ter um câncer e metade dos que contraírem vão morrer com essa doença, infelizmente”.

O especialista apontou que em 1990 eram 26 casos a cada 100 mil habitantes e que em 2013 este número era de 60 para os mesmos 100 mil habitantes. “O número mais que dobrou em 25 anos. E a previsão é de aumentar em mais 50% até 2030. Não temos dados preciso no Brasil devido à falta de acesso aos exames. Nenhum Estado pode contar vantagem hoje porque todos estão com muita carência”.

especialista 2“O Ministério da Saúde estabelece que é necessário um aparelho de radioterapia a cada 500 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde entende que a cada 300 mil. Por este último precisaríamos de oito aparelhos funcionando em Sergipe e pelo Ministério seriam cinco. Estamos muito atrás disso! Temos o Hospital Cirurgia e o HUSE. Há uma expectativa pela expansão no Hospital de Urgência com o novo aparelho que deve entrar em funcionamento ainda este ano”, alertou o especialista.

Por fim, Marco Antônio Santana destacou ainda um novo aparelho no Hospital Cirurgia, dois novos com a construção do Hospital do Câncer e um no Hospital Universitário. “Por semana nós temos de 30 a 50 novos pacientes diagnosticados no HUSE. Por mês os dois hospitais atendem a 83 pacientes e muitos outros ficam na fila e talvez não possam esperar. A lei dos 60 dias tem boas intenções, mas é de difícil aplicação”.

“43% dos pacientes com câncer levaram mais de 60 dias para receberem o primeiro tratamento. E o que significa este primeiro tratamento? Num caso de câncer de mama, por exemplo, após quatro meses da cirurgia, sem o devido tratamento, a cada mês de espera aumentam em 8% as chances da doença voltar ou de virar metástase. No caso do câncer do colo uterino são 89% as chances de aumento da mortalidade”, concluiu, destacando a necessidade do tratamento contínuo.

 

Por Agência de Notícias Alese

 

Foto: César de Oliveira

 

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