Nesta quinta-feira, 20, durante a primeira edição da Sessão Plenária Itinerante da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), no município de Propriá, a deputada Linda Brasil (Psol) reivindicou soluções para os impactos provocados pela vazão irregular das águas do Rio São Francisco e denunciou o desabastecimento na comunidade quilombola Santo Antônio Canafístula. As demandas apresentadas pela parlamentar refletem as dificuldades das comunidades ribeirinhas afetadas pela má gestão dos recursos hídricos na região.
Sem infraestrutura adequada para o abastecimento de água, a comunidade Canafístula, localizada em Propriá, enfrenta adversidades. “É um absurdo que o rio que abastece boa parte da Grande Aracaju não seja utilizado para abastecer as comunidades que estão em suas margens. O Governo do Estado precisa adotar medidas urgentes para sanar esse problema”, declarou a deputada.
Além disso, a parlamentar cobra que sejam adotadas medidas em relação ao mau cheiro oriundo da estação de tratamento de esgoto da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO), nessa mesma localidade. “As denúncias que recebemos revelam impactos nocivos à saúde da população. Nossa mandata vai enviar ofício à DESO para que a companhia resolva essa situação lamentável”, afirmou a parlamentar.
A mandata também acolheu a solicitação da comunidade Canafístula para auxiliar na liberação de recursos do fomento rural, um crédito de R$ 4.500,00 para a agricultura familiar, concedido pelo Governo do Estado via EMDAGRO. “Nossa mandata vai averiguar a situação e procurar a EMDAGRO para ajudar a destravar a liberação desses recursos de fomento rural, importantíssimos para o fortalecimento da agricultura quilombola e camponesa”, frisou Linda Brasil.
Má gestão das águas
Em seu pronunciamento, a deputada expressou preocupação com os impactos da má gestão das águas do Rio São Francisco. “Imagine acordar de manhã, ligar a torneira e se deparar com água salgada ou com gosto de cloro. Tentar tomar banho, cozinhar, lavar roupas e não conseguir porque a água que sai é amarelada e barrenta. Sair de casa para pescar, garantir o sustento da família, e voltar com o barco vazio”, provocou.
As situações relatadas pela parlamentar partem de denúncias encaminhadas pelos moradores da região do Baixo São Francisco. De acordo com a deputada, entre os fatores que provocam esses transtornos está a inconstância na vazão das águas do Rio São Francisco, que está sob o controle da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF).
Linda Brasil cobra que o Governo do Estado se mobilize para solucionar esses problemas e defende que haja fiscalização do uso das águas e da vazão praticada pela CHESF. “Não podemos continuar permitindo que os interesses do setor energético e do agronegócio passem por cima do interesse da população e das comunidades ribeirinhas, que precisam do rio para existirem. É preciso maior rigor na fiscalização da vazão das águas do São Francisco praticada pela CHESF e a produção de uma legislação”, salientou.
Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese