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“Com 28 partidos no Congresso não se consegue governar”, diz Sérgio Vítor

Participante do Painel “Paradigmas Constitucionais do Direito Eleitoral”, dentro da programação do Fórum Sergipano de Direito Eleitoral, no Teatro Tobias Barreto, o advogado Sérvio Victor, doutor em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP), abordou na manhã desse sábado (9), a temática “Presidencialismo de Coalizão: desafios e crise – uma visão constitucional”. O evento foi uma iniciativa da Assembleia Legislativa de Sergipe em parceria com a União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (UNALE).

Ao fazer sua exposição, o debatedor explicou que o Brasil adotou o regime presidencialista tentando copiar o modelo norte-americano, mas registrou que por lá o sistema é muito mais simples do modelo aplicado aqui. “Lá a relação entre Executivo e Legislativo é muito mais clara! Lá temos os democratas e os republicanos e assim fica fácil de entender quem é governo e quem é oposição. Aqui, desde a Constituição de 88, vários partidos foram criados, estimulados, inclusive, por decisões do STF”.

Sérgio Vítor pontuou que existem cerca de 35 partidos hoje no País e 28 estão presentes no Congresso Nacional. “Além disso são mais de 60 pedidos de registros já feitos e que estão sob análise da Justiça Eleitoral. Nós não temos 30 ideologias políticas e é humanamente impossível que os profissionais da política tenham clareza sobre um Congresso com 30 sistemas de ideias. Aqui dois ou três partidos apoiam claramente o governo e outros dois ou três fazem oposição ferrenha. Os demais formam o tal ‘centrão’”.

Segundo ele, estes partidos negociam posições a todo momento com o governo, que precisa sentar na mesa para negociar. “Quem governa, precisa sentar e dialogar, contemplando esses apoios com espaços na máquina, distribuindo ministérios. Isso gera prejuízo para a administração. Foi o caso do petrolão, quando lotearam as diretorias da Petrobras e de outros órgãos públicos. Temos soluções criminais, mas não temos soluções políticas”.

Sérgio Vítor explicou que no Brasil existem duas eleições independentes, diferente do que acontece em alguns países da Europa: elege-se um presidente da República na majoritária e na proporcional os senadores e deputados federais. “Michel Temer é presidente e é do partido da maior bancada, mas que tem apenas 14% da base do governo. O presidente precisa sempre buscar mais apoios, caso contrário a gestão será um fracasso. Foi nesse modelo que surgiu o mensalão!”.

“Qualquer sistema de governo que o Brasil venha implementar ou caso decida apostar na manutenção do sistema atual, fazendo algumas correções, é imprescindível que se reduza a quantidade de partidos políticos. Não se governa com tranquilidade com tantos partidos. A população não tem clareza porque o sistema é confuso e nebuloso, e você não consegue controlar aquilo que você não entende claramente. A clausura de barreira progressiva é um avanço para os próximos anos, vai diminuir a quantidade, mas penso que é preciso ainda fazer mais”, concluiu Sérgio Vítor.

 

Por Rede Alese

 

Foto: Jadílson Simões

 

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