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A Fundação Dom Cabral apresenta os trabalhos relativos ao Plano de Desenvolvimento do Estado, realizados até o momento.

 

Na última terça-feira, 10, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, os representantes da Fundação Dom Cabral, o professor-doutor Humberto Falcão Martins e o pesquisador Bruno Paixão, prestaram conta do trabalho realizado, até agora, para a produção do Plano de Desenvolvimento Estadual Sustentável 2020.

 

O início da apresentação foi marcado pelas considerações feitas pelo professor sobre a instituição que representa, o pioneirismo da Alese em planejar o futuro do Estado e a diferença que existe entre desenvolvimento e crescimento. Por fim, o professor falou sobre o panorama atual do estado a partir das entrevistas feitas com mais de 60 representantes da sociedade sergipana, até o momento.

 

Com a ajuda de slides, o professor e o pesquisador detalharam o roteiro, a lógica do desenvolvimento dos trabalhos, que nesse primeiro momento consiste na coleta de documentos e captação de informações através de entrevistas realizadas com representantes dos 3 poderes, da sociedade civil organizada e de empresas privadas.

 

A ideia é rastrear essas opiniões e expectativas, captar vocações e percepções a respeito do desenvolvimento de Sergipe. Paralelamente, através de vasta documentação e estudos estatísticos, tentar entender a dinâmica de desenvolvimento e, por fim, elaborar estudos econômicos propositivos.

 

Depois de todas as informações captadas, tudo isso será convertido a um plano de desenvolvimento que tomará a forma de um documento. Uma vez pronto, esse documento vai servir como um farol, um livro em aberto, em evolução, sujeito a sofrer ajustes de acordo com os acontecimentos, com a dinâmica do tempo.

 

Nos estudos, foram mapeados os principais setores, o desempenho desses setores na geração de emprego e de riquezas, a intenção de investimento no estado e a performance dos grandes grupos empresariais.

 

Ano passado, 50 pessoas em cargos estratégicos foram entrevistadas. Este ano, na segunda etapa de entrevistas, mais 15 foram entrevistados e vários elementos que permitem olhar o passado, entender o presente e projetar o futuro foram levantados e analisados. Para se obter uma radiográfica do estado, no presente, foram entrevistados presidentes de associações, reitores, a cúpula de instituições como Sefaz, Sead, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Fecomércio, sindicatos, Codise, CDL, Codevasf, secretários, superintendentes e demais representantes da sociedade.

 

Para o professor Humberto Falcão Martins, foi captado um cenário bastante preocupante diante de uma crise fiscal e o desinvestimento da Petrobrás e de outras empresas da cadeia, além do desinvestimento público. Os entrevistados citaram a precariedade da infraestrutura logística para o escoamento da produção e obstáculos ambientais para o desenvolvimento turístico.

 

 

 

Turismo, Investimento e Gás

Do que foi apurado nas entrevistas, ficou claro que, para os entrevistados, no futuro, sai o petróleo e entra o gás, que é uma vocação natural, uma riqueza do estado, e que deve ser bem explorada e convertida em bem-estar.

O professor chamou a atenção para a questão do gás, que por muito tempo vai representar uma diversificação na cadeia energética, sem prejuízo de outras, além de dinamizar outras cadeias e poder atrair outras empresas para o estado.

Quanto à infraestrutura, ela é sempre apresentada como um gargalo. Há necessidade de duplicar as rodovias BR 121 e 235 e de um plano logístico para escoamento da produção. Assim, fica evidente o potencial de se tornar o entroncamento logístico da região, ser o grande polo logístico da região nordeste.

Os entrevistados também falaram da necessidade de valorizar a produção do pequeno empresário, a necessidade de desenvolvimento em pesquisa por meio de tecnologia, que tem relação com o agronegócio – algumas indústrias já estabelecidas, já com know-how em milho, laranja e couro, entre outros.

O potencial turístico é conhecido de todos e reconhecido como possibilidade de exploração, assim como a dificuldade das instituições de transformarem o turismo em realidade. Além do turismo ambiental, o estado tem história, um litoral a ser explorado e o turismo religioso.

 

Dados apurados:

De acordo com os dados apurados, o saldo da balança interestadual (2018) é deficitário. Sergipe é um importador de bens e serviços. As trocas realizadas acontecem com os estados circunvizinhos. Sergipe importa da Bahia, Pernambuco e São Paulo. E exporta para o Pará, Piauí, Maranhão e Tocantins. A ideia é desenvolver um olhar mais abrangente sobre o mercado nacional e diversificar os parceiros comerciais. Há muito mercado interno a ser explorado. Na balança internacional, Sergipe importa mais do que exporta. A exportação está muito concentrada em alguns produtos – 60% são de suco de fruta e derivados, onde tem bastante know-how – para a Holanda, Bélgica. O potencial de ampliação desse leque é grande. As importações são mais diversificadas: fertilizantes, trigo, equipamentos etc. e de um leque maior de países do que o de países para o qual o estado exporta.

 

Geração de riquezas – PIB

– Nesse quesito, foi feita uma comparação entre Sergipe e o Brasil, em dois momentos: 2010 – 2013 e 2014 -2017, onde a Desindustrialização é destaque. Trata-se de uma questão mundial, com predominância do setor de serviços, em função da nova economia. Mas, em Sergipe, dentro do setor de serviços, há uma dependência muito maior, em comparação com o Brasil, em relação ao setor governamental. Nos períodos citados acima, essa dependência era de 16,2% no Brasil e em Sergipe, 25,9%. No período seguinte, 17,2% no Brasil e, em Sergipe, 28%. Este quadro demonstra que a importância da administração pública para a geração de bem-estar é muito grande e, ao mesmo tempo, uma vulnerabilidade significativa.

 

Potencialidade x produtividade

Os setores têxteis, calçados, couro, bebidas e produtos minerais não metálicos foram identificados como os mais produtivos, o que implica em potencialidade. Com parques industriais já desenvolvidos no estado e o alto nível de especialização, fica evidente a capacidade de explorar novos mercados dentro e fora do Brasil.

 

PIB

A grande lição a ser aprendida nesses estudos é a necessidade de diversificação. Quando toda a economia está concentrada em um só setor, a vulnerabilidade é grande e comprometedora. No caso de Sergipe, quando o setor de petróleo e gás está em baixa, ele leva toda a cadeia junto, como por exemplo, os setores de construção e transporte.

Entre 2013 e 2016, houve uma queda generalizada do PIB e, em seguida, uma retomada da atividade econômica percebida em outros estados do Nordeste. Mas, não em Sergipe, o que leva a crer no grande espaço que a administração pública ocupa na geração de bem-estar e na necessidade de diversificação.

 

Por fim, o professor Humberto foi claro no que diz respeito às inúmeras possibilidades de desenvolvimento diante do potencial do estado, de suas capacidades e especializações.

 

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