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Planejamento de Sergipe precisa ser repensado”, defende Maria Mendonça

“Sergipe precisa ser pensado por todos os segmentos sociais e, acima de tudo, por quem está no comando do Estado”. Com essa declaração a deputada Maria Mendonça (PP) defendeu o reordenamento estatal diante do cenário adverso apontado pelo Anuário Socioeconômico de Sergipe 2017, apresentado hoje (10), durante o espaço reservado ao grande expediente da Assembleia Legislativa, por iniciativa do seu mandato, pelos professores Luiz Rogério de Camargo e Rodrigo Melo Gois, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), bem como pelo economista Luiz Moura, do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

Os indicadores retratam uma situação classificada por Maria como “extremamente grave”. Para ela, o declínio das finanças públicas, e consequentemente, de outros setores da máquina administrativa decorre da ausência de planejamento estratégico. “Falta planejar Sergipe e a gestão pública para que, de fato, possamos obter indicadores sociais que elevem a autoestima do povo e garanta  a qualidade de vida da população”, apontou a deputada, enfatizando que o Anuário dá ao Estado a oportunidade de “articular políticas sociais que reduzam os índices alarmantes elencados pelos pesquisadores”.

 

A deputada ressaltou que os dados do anuário demonstraram que há uma conjuntura de retração da economia sendo desenhada há uma década, com agravamento nos últimos dois anos, quando o Produto Interno Bruto (PIB) sergipano recuou 10%, e a taxa de desemprego alcançou 15% da população economicamente ativa. A dívida ativa tem crescido, embora Sergipe tenha a maior possibilidade de perda de crédito a longo prazo, num comparativo com os Estados do Nordeste. Apesar dessa tendência de endividamento, observaram os professores, o Governo avalia a possibilidade de buscar novos financiamentos.

 

 É PRECISO AGIR

O Anuário também confirma que a arrecadação de tributos federais não tem se mostrado como saída para a estagnação econômica.  Soma-se a isso o fato de que a atividade econômica do Estado depende, em sua maior parte, da indústria extrativa. No entanto, a produção de petróleo sergipano caiu 15% entre 2012 e 2016, contrapondo-se ao cenário nacional que registrou um acréscimo de 40%. O quadro, de acordo com o estudo, foi agravado pela política de desinvestimento da Petrobras, aliada à falta de investimento do Governo em tecnologia. “A indústria extrativa contribuiu muito pouco para o adensamento da cadeia produtiva do Estado. Não temos uma refinaria ou uma indústria petroquímica, por exemplo”, enfatizou o professor Luiz Rogério Camargo.

 

Na ótica de Maria, cabe ao Governo do Estado descruzar os braços e rever suas prioridades, destinando mais recursos para áreas estratégicas, a exemplo da segurança, saúde e educação, que sofrem o reflexo da má gestão. “Nosso servidores não têm garantia de quando vão receber os seus salários, os problemas da saúde são gritantes; pessoas portadoras de câncer vivem angustiadas com a irregularidade do tratamento; temos visto escolas sendo invadidas por marginais; vidas sendo ceifadas, dentre tantas outras mazelas. O fato é que Sergipe vive uma situação gravíssima que requer uma reflexão de toda a sociedade. E esta Casa, enquanto caixa de ressonância do povo, irá propor encaminhamentos ao Governo para possíveis soluções, porque este é o nosso papel”, concluiu Mendonça.

Por, assessoria da parlamentar

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