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Música e poesia marcam relançamento de livro, “De repente, há urgência”, de Mário Jorge Vieira

No exato dia em que o Poeta Mário Jorge completaria 70 anos se estivesse vivo, o mandato democrático e popular da deputada Ana Lúcia realizou uma bela homenagem ao poeta. Amigos, familiares, artistas, autoridades e jovens admiradores de sua poesia prestigiaram a comemoração póstuma, que aconteceu na noite desta quarta-feira, 23, no Cultart.

Sem formalidades, a poesia tomou conta do ambiente. Poetas e admiradores do homenageado recitaram parte de sua obra, além de poemas de outros artistas que inspiraram e se inspiraram em Mário Jorge. A música ficou por conta da voz e do violão de André Lucas, que embalou os presentes com clássicos da tropicália e da música popular brasileira.

“Esta homenagem a Mário Jorge foi do jeito que ele gostava de viver: em meio aos amigos, celebrada com música, rompendo os ritos e com muita poesia!” disse, emocionada, a irmã do poeta, a deputada estadual Ana Lúcia.

A homenagem foi marcada pelo relançamento do Livro de sua autoria “De repente, há urgência”, ilustrado com obras do próprio Mário. Além do relançamento do livro, a programação incluiu uma exposição que retomou a história do poeta, contendo fotografias dele e de familiares e amigos, além de objetos pessoais do homenageado. Também compõe a mostra um conjunto de banners sobre a vida e as contribuições da obra de Mário Jorge e de poemas de sua autoria. A exposição ficará aberta para visitação até a próxima sexta-feira, 25, no Cultart.

Sobre Mário Jorge

Mário Jorge Vieira nasceu em Aracaju em 23 de novembro de 1946 e teve sua trajetória marcada pela arte e pelo engajamento político. Desde a juventude, foi militante no grêmio estudantil do Colégio Atheneu Sergipense, de onde foi expulso no período da ditadura. Na década de 60, tendo sido aprovado no curso de Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), foi preso sob acusação de atividades subversivas, devido ao lançamento do envelope “Revolição”, sua única obra publicada em vida.

No dia 11 de janeiro de 1973, vítima de acidente automobilístico, Mário Jorge morreu aos 26 anos, mas sua história de vida e suas obras inspiraram os seus contemporâneos e as demais gerações. A publicação de suas obras e poemas concretistas só foram possíveis devido ao zelo de sua mãe, dona Ivone Menezes, que sempre guardou manuscritos e poemas soltos de Mário Jorge e, após sua morte, passou a trabalhar para a publicação da obra do filho.

Obra

A produção literária do sergipano está em sintonia com a poesia concreta, neoconcretista, poema processo, poesia práxis, poesia social, tropicalismo e, sobretudo, a poesia marginal.

A primeira publicação de Mário foi o envelope de ‘Revolição’, editado em 1968 e reeditada em 2013. Mas é no livro ‘Poemas de Mário Jorge’, publicado postumamente, em 1982, que se encontra boa parte da primeira fase de produção de Mário Jorge, de cunho sociopolítico (1964-1968), com forte influência do russo Vladimir Maiakovski e do poeta Thiago de Mello.

Com a denúncia dos problemas sociais do país e sob a dureza e perseguição da Ditadura Militar, Mário escreve poesia social e libertária nos livros ‘Silêncios Soltos’ (1993), ‘Cuidado, Silêncios Soltos’ (1993), e ‘De Repente, há Urgência..’, (1997).

A segunda fase da obra de Mário Jorge une traços do concretismo à poesia marginal publicada em muros, vendida em bares, cinemas, teatros, praias, entre outros espaços, além da coluna Geléia Geral, mantida por Torquato Neto no jornal Última Hora.

Foto e Texto, da Assessoria Parlamentar

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