Com a participação de delegações estrangeiras, foi aberto nesta quarta-feira, 1, o 17° Encontro dos Taquígrafos Brasileiros e o 19°Encontro da Federação Iberoamericana de Taquigrafia (Fiat). Os eventos acontecem simultaneamente com a 20ª Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (CNLE), da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). Aberto pelo presidente da União Nacional dos Taquígrafos, Marcius de Oliveira Fernandes, a reunião discute o papel e a importância do taquígrafo.
O encontro debate não apenas a questão dos salários, da baixa remuneração, como também a qualificação e a importância do profissional. “Em eventos como esse conseguimos reunir gente do país inteiro e a partir daí podemos vislumbrar a situação de cada um dentro de seu órgão, de seu ambiente de trabalho como o Judiciário e o Legislativo”, ressaltou Marcius, que destacou a realização dentro do encontro nacional de uma reunião internacional. “Temos aqui colegas da Argentina, do Uruguai, e eles nos mostram como é o trabalho deles no parlamento estrangeiro, a importância da escrita no mundo afora e no Brasil”.
Segundo o presidente da Unatac, a taquigrafia é milenar, nasceu no período romano e em pleno século vinte a tecnologia não atrapalha, não é ameaça, veio ajudar. “O computador surgiu para nos ajudar. A tecnologia digital não mudou a importância do profissional no dia a dia do parlamento. A transcrição ao vivo de ata é feita pelo taquígrafo, ele vive o momento e transcreve tudo. A tecnologia pode sofrer problemas como falta de energia, uma pane, e ai se perde tudo. Até um gravador pode falhar e se perde a oportunidade de captar o discurso. O taquígrafo não corre esses riscos e o parlamentar e o juiz podem proferir seu voto e nos estamos colhendo”, observou. Para Márcio, o avanço da tecnologia veio aprimorar o trabalho, agilizar na confecção de montagem de sessão. “A figura do taquígrafo não está sujeita a se tornar obsoleta”.
“Registramos o impeachment de Collor e estamos registrando o processo de impedimento da presidente Dilma. Na Câmara dos Deputados realizaram três sessões seguidas e a equipe de taquigrafia acompanhou tudo, sem descanso. É um trabalho mental, cansativo. mas dá segurança de se ter os registros em notas taquigráficas de tudo”, afirmou Márcio, que espera que a categoria consiga fechar questões de grande importância para a categoria, como a criação de uma entidade que represente e negocie avanços para os taquígrafos.
O presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), deputado Sandro Locutor, disse na abertura do encontro que o trabalho dos taquígrafos dignifica o nome do parlamento. “É um trabalho imprescindível. Estamos felizes que vocês estejam aqui, o trabalho de vocês dignifica nosso trabalho”. O presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado estadual Luciano Bispo, também destacou a importância da categoria e afirmou que os taquígrafos fazem a história da vida dos parlamentares. “Vocês têm um papel fundamental no parlamento, vocês são muito importante para o dia a dia do legislativo”.