Um bom público prestigiou o primeiro dia do ciclo de palestras e debates do I Seminário “Tecendo a Rede: Atenção a Autores de Violência de Gênero”, que tem como objetivo sensibilizar agentes envolvidos no atendimento às vítimas e autores de violência de gênero em Sergipe. O evento está sendo realizado no auditório do Ministério Público Estadual (MPE), nos dias 30 e 31 de março, e está sendo promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Mulher, presidida pela deputada estadual Goretti Reis (PMDB).
Para a deputada estadual Goretti Reis o evento já é um sucesso pelo volume de público. “pela quantidade de pessoas que está prestigiando esse evento eu já faço uma avaliação exitosa. No final, o nosso objetivo que é constituir uma rede de assistência à mulher violentada, que esteja consolidada, com fluxo de atendimento e com divulgação para todas saberem onde buscar e os órgãos fomentando políticas públicas. A Frente Parlamentar tem contribuído muito para entender quais as dificuldades que a mulher tem na assistência. Quanto mais você tem pessoas e órgãos voltados, mais chances nós temos de ver políticas públicas mais eficientes”.
Uma das palestrantes do evento, Eveline Cascardo, entende que também é fundamental fazer um trabalho voltado para os homens agressores. “Faço um trabalho com homens em Brasília, desde 2003, antes da Lei Maria da Penha, e temos resultados positivos. É importante que a pessoa que comete a agressão, ele respeite o outro e reveja seus valores. Muitas vezes o homem já aprendeu a ter essa posição superior em casa e a nossa função é mostrar que eles podem ser poderosos e maravilhosos, mas sem agressão e com respeito”.
O deputado Georgeo Passos (PTC) é defensor da criação da rede de acolhimento para as mulheres. “Somos a favor da rede sim e temos que olhar para o agressor e fazer com que esta pessoa não torne a repetir as agressões. É um debate importante e a gente espera que as pessoas saiam deste evento com uma consciência maior”.
Para a professora Claudiene Santos, do grupo de pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o foco está na ressocialização do agressor. “Nós preparamos uma proposta para poder sensibilizar a população que já atua na rede para trabalhar na atenção ao homem autor da agressão. Não basta trabalhar apenas a mulher, mas uma prerrogativa da Lei Maria da Penha, com a ressocialização”.
A vice-presidente da Comissão de Direitos da Mulher da OAB/SE, Valdilene Martins, pontua que “vendo o auditório cheio a esperança da gente se renova cada vez mais. A gente percebe que as pessoas estão entendendo e a sociedade está abraçando o combate à violência contra a mulher”.
Já para Maria Teles, Coordenadora municipal de políticas para as mulheres, ainda há muito por se fazer. “Nossa percepção é que, se não der atenção ao agressor, estaremos ‘enxugando gelo’. A ideia desse evento é construir um olhar para a mulher e outro para o agressor, de que ele precisa ser convencido a respeitar a companheira”.
Por fim, a Juíza de Direito, Iracy Mangueira, entende que o objetivo maior garantir a pacificação das relações sociais. “O Tribunal de Justiça, através do Programa ‘Viver Melhor’, tem feito em regime de parceira com a Faculdade Estácio, o atendimento de autores de violência domestica contra a mulher. A gente entende este trabalho importante para a prevenção e buscar uma mudança de comportamento dentro da própria família”.
Outras presenças
Também prestigiaram a superintendente executiva da secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do trabalho e dos Direitos Humanos de Sergipe, Roseli Andrade, representando o governo do Estado; a Promotora de Justiça e diretora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos da Mulher, Giceli Mara Cavalcante D’Avila Fontes, representando o MPE; o prefeito de Neópolis, Luiz Melo de França; Marcela Montalvão Teti, presidente da Associação Brasileira de Psicologia Social – Núcleo de Sergipe; e Blenda Santos, representando o coletivo de mulheres de Aracaju.
Por Agência de Notícias Alese