
O médico oftalmologista Carlos Eduardo Ximenes
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) e do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) , no Brasil estima-se que a doença afete cerca de 2,5 milhões de pessoas, ou seja, aproximadamente 1,2% da população total. Como forma de incentivar a prevenção e tratamento os deputados e deputadas estaduais da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe aprovaram a Lei nº. 7.386/2012– que instituiu a Semana Estadual de combate ao Glaucoma.
O glaucoma é uma doença que ocorre no nervo óptico, estrutura responsável por transformar o estímulo luminoso em informação para o nosso cérebro. As células nervosas que compõem essa estrutura iniciam um processo de morte celular que , em alguns casos pode causar cegueira.
O médico oftalmologista, Carlos Eduardo Ximenes, explique que. “Embora muito relacionada com o glaucoma, a hipertensão ocular (pressão dentro olho elevada) não é um fator definidor da doença , podendo , até mesmo, existir glaucoma de pressão normal. Ainda há muito o que se estudar sobre o que realmente causa glaucoma e as principais formas de evitar a progressão da doença para cegueira , todavia, já é bem estabelecido na comunidade científica que o diagnóstico precoce e o controle da pressão intraocular alvo podem retardar a progressão da doença evitando em muitos casos desfechos desfavoráveis’, declarou.
Conforme com pesquisas feitas de forma global e divulgadas nas principais revistas científicas pacientes com história familiar têm uma probabilidade maior desenvolver a doença. Além disso, pessoas acima de 40 anos, pacientes negros, latino-americanos e asiáticos têm uma probabilidade maior de desenvolver glaucoma.
Pacientes com miopia e hipermetropia muito altas, pacientes com diabetes, hipertensão e uso de corticoides por longo período podem desenvolver o glaucoma. “É importante descobri o glaucoma no início. Quando tratada a doença evolui de forma muito lenta. O glaucoma quando não tratado ou tratado quando se descobre ele já em estágio muito avançado, e muitos casos, os médicos não conseguem reduzir a velocidade de evolução dele o que pode levar à cegueira”, destacou a médica oftalmologista, Juliana Franca Machado.
Tratamento

A médica oftalmologista Juliana Franca Machado
Segundo a médica especialista em oftalmologia, o tratamento pode ser realizado em quatro classes de medicamentos. “O tratamento envolve o uso de colírios ou lasers. Além disso, tratamentos com os combinados (colírios e lasers) também são muito comuns para contribuir na redução da pressão do olho. Já no âmbito das cirurgias temos a tradicional que é a trabeculectomia os implantes de drenagem e as MIGs que é o que a gente chama de cirurgias minimamente invasivas”, ressaltou Juliana Franca Machado.
Informação é a melhor prevenção
A Lei nº. 7.386/2012 aborda que fica instituído, no calendário oficial do Estado, a “Semana Estadual de Prevenção ao Glaucoma”, a ser comemorada, anualmente, na semana em que estiver o dia 23 de maio.
As comemorações a que alude o artigo 1º desta Lei devem compreender atividades científicas, educativas e culturais que promovam a saúde ocular e a prevenção do Glaucoma.
Os estabelecimentos estaduais de saúde devem promover e participar de atividades voltadas à prevenção do Glaucoma, por meio de ampla divulgação, campanhas educativas e realização de exames.
Foto de Capa: Agência Brasil