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Saúde mental da mulher é destaque na TV Alese

Por Shis Vitória 

O programa ‘Elas no Comando’ transmitido pela TV Alese Canal 5.2 estreou a temporada de 2022 com um tema bastante atual: Saúde mental das mulheres na pandemia. A edição exibida na tarde desta terça-feira, 1º de fevereiro, debateu sobre a saúde mental deste público que piorou mais que a dos homens no ano passado.

Na oportunidade, a apresentadora Aline Braga entrevistou a psicopedagoga e arteterapeuta com habilitação em Educação Infantil, Néclea Dantas, a psicóloga e psicanalista, vice-líder e pesquisadora Geni – Gênero, Sexualidade e Interseccionalidades na Educação em Saúde da UERJ e membro do Projeto ‘Uma Psicanálise Outra Formação em Psicologia e Relações Raciais (Amma)’, Thays Athayde, e a professora Marília Carvalho.

“No período crítico de pandemia eu me senti perdida, não sabia o que fazer. Eu não tinha noção de como migrar o trabalho do formato presencial para o online. Inicialmente, tive a sensação que tinham tirado meu chão e não sabia onde me apoiar. Com o passar do tempo busquei ajuda em outras mulheres e foi com elas que encontrei saídas para traçar um novo trajeto de ideias, referências e daí fui redescobrindo os desafios da formação continuada. Minha atuação direta é na formação de profissionais e no empoderamento de profissionais e essas mudanças também contribuíram na minha profissão”, relatou Néclea Dantas.

A professora Marília Carvalho também compartilhou a experiência em administrar os desafios da maternidade e atividades profissionais. “Sou professora, estudante de doutorado, mãe de duas crianças e o maior desafio nestes dois anos de pandemia foi ter que desempenhar todas as funções em um mesmo espaço, ou seja, unir o trabalho de pesquisa que executo, educação dos filhos e funções domésticas sem nenhuma referência anterior, atrelado com o medo de contrair o vírus. Durante essa trajetória percebi os sinais de alerta do meu corpo como a ansiedade e palpitações que me deixaram muito vulnerável e a partir disso busquei em terapias alternativas e na yoga aliados na busca do bem-estar e autoconhecimento”, disse.

Estudo científico

Um estudo revelou que as mulheres sofreram mais danos à saúde mental durante a pandemia, todavia se sentiram isoladas e relataram ainda apresentar sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Além disso, foram prejudicadas com a sobrecarga de trabalhos domésticos durante esse período.

Os dados são da série ‘Cenários da Covid-19’ que faz parte do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (Elsa-Brasil). O levantamento que contou com a participação de 5 mil pessoas foi coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ao ouvir participantes da própria instituição, em parceria com universidades públicas.

No geral, 14% dos entrevistados avaliaram sua saúde mental como “regular a muito ruim”. Durante o distanciamento social, 24% das mulheres apresentaram sintomas de depressão. Dentre os homens, 17% declararam o mesmo. Um quarto delas (20%) também relataram sintomas de ansiedade, quase o dobro entre eles (11%). Já em relação ao estresse, enquanto apenas um em cada dez homens (10%) perceberam sinais, para elas, esse número chegou a 17%.

Contribuindo com o debate a psicanalista, Thays Athayde, destacou o cenário de continuidade da pandemia como mais prejudicial a este público. “O Brasil tem um número altíssimo de violência contra a mulher e na pandemia o problema se intensificou. O trabalho presencial, a faculdade ou levar um filho na escola foram retirados do seu dia-a-dia e ela passou a ficar mais tempo em casa com o agressor. Sem contar na carga emocional depositada nestas mulheres que são inimagináveis, já que a sociedade impõe que ela precisa dar conta de tudo”, afirma.

Situações de transtornos do pânico e ansiedade nesta fase se tornaram mais evidentes. “Ao permanecer mais tempo em casa algumas mulheres acabaram se acostumando com essa realidade e se afastaram dos familiares e amigos. A atuação sem pausas no home office e o medo na retomada dos filhos às aulas sem a conclusão do processo de vacinação também resultaram em uma sobrecarga emocional exaustiva, possibilitando doenças como síndrome do pânico”, finalizou a psicanalista.

Foto: Pixabay e TV Alese

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