11/08/22
Por Stephanie Macêdo/Agência de Notícias Alese
Na tarde dessa quinta-feira, 11 de agosto, o coordenador do Plano de Desenvolvimento Costeiro de Sergipe ( PDC) da Assembleia Legislativa de Sergipe, Marcelo Barberino, esteve reunido com pesquisadores, técnicos ambientais e operadores da área jurídica para discutirem estratégias de ações sobre o Zoneamento Costeiro em Sergipe. A iniciativa faz consonância com o Plano de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Sergipe ( PDES), que é documento planejado pela Assembleia Legislativa de Sergipe e executado pela Fundação Dom Cabral (FDC) com o objetivo de revelar caminhos para o desenvolvimento do Estado.
De acordo com informações do coordenador do PDC, Marcelo Barberino, a pesquisa que gerou o Plano de Desenvolvimento do Estado de Sergipe (PDS) apontou a ausência de um instrumento de zoneamento, que seria o Zoneamento Econômico-Ecológico Costeiro (ZEEC). A falta desse instrumento torna-se um grande impeditivo para o desenvolvimento local dos vários municípios que compõem o os litorais do Estado: sul, norte e centro.
Barberino enfatiza que o Plano de Desenvolvimento Costeiro (PDC), ele engloba tanto os ZEEC como, também, o estudo de viabilidade das potencialidades de cada prefeitura e de cada região. ‘
“Não se vai somente normatizar o uso do solo, a prefeitura passará a entender que naquela região certa atividade econômica é importante na cadeia produtiva local e o quanto ela pode ser potencializada. E é esse produto que vai ser entregue através de algumas minutas de lei para incorporação ao ordenamento jurídico. Então essa é a ideia”, explicou.
Pirambu
Marcelo Barberino comemora o fato de o Plano de Desenvolvimento do Estado de Sergipe já ter gerado dois importantes produtos. Um dos produtos foi a assinatura do intercâmbio técnico com a Universidade Federal de Sergipe, a UFS, que trabalha com a divulgação de todos os seus achados científicos.
“O outro produto é a contratação do Plano de Desenvolvimento Costeiro, que vai ser feito a várias mãos”, comemora ao explicar ainda que a Assembleia Legislativa se reunirá com os prefeituras municipais para discutirem sobre estratégia e desenvolvimento do plano de trabalho para formaliação do PDC. ” Vamos alinhando este produto até que se chegue ao plano final que é o de cada região”, destacou.
O município de Pirambu, região do Litoral Norte do Estado, foi o primeiro a ser ouvido pelos pesquisdores envolvidos no desenvolvimento do Plano de Desenvolvimento Costeiro. “Começamos uma primeira conversa para trazer o entendimento do que é a proposta e agora a multiplicação disto em todas as regiões, em todos os locais que são abrangidos tanto pelo norte como pela zona costeira”, frisou.
A juíza do município de Neópolis, Rosivan Machado da Silva, natural do município de Brejo Grande, salienta sua preocupação com o Meio Ambiente da região que é banhada pelo Rio São Francisco.
“Me preocupo tanto na questão profissional quanto na questão pessoal pelo fato de ser da região. A gente vê os problemas que a região tem enfrentado, problemas agravados pelo mau uso do meio ambiente, pela exploração predatória. Então esse tema é muito sensível lá na região e a gente acompanha de perto, aquilo que a gente puder contribuir para que se encontrem soluções a gente vai auxiliar também”, avalia a juíza, enfatizando a necessidade de envolver uma participação maior da comunidade no processo.
Rosivan salienta que a ideia, a partir do plano, é a harmonia entre o meio ambiente, a economia e a sociedade “Ninguém melhor que a população ribeirinha para trazer os seus problemas reais e concretos. O que se busca no zoneamento costeiro, o que se busca na Legislação é justamente o equilíbrio, o uso dos recursos naturais com uma economia sustentável aliado e com a qualidade de vida da população. Estamos procurando envolver a comunidade muito mais no processo. Desta forma a gente contribui para que saia um projeto que, de fato, atenda não apenas a questão ambiental, mas a econômica e social”, declarou.
O PDC está sendo executado por empresa contratada. De acordo com o biólogo responsável pela execução do plano, Genival Nunes, com a iniciativa da Assembleia Legislativa, de apontar um caminho para o desenvolvimento do Estado por meio do Plano de Desenvolvimento do Estado (PDES), e agora, a partir do Plano de Desenvolvimento Costeiro (PDC), o passo seguinte é a realização de um diagnóstico ampliado sobre os litorais sergipanos, por meio do zoneamento ecológico.
“Não é exclusivamente um zoneamento, é um zoneamento apontando para uma perspectiva de crescimento do Estado. A Assembleia deixando um projeto pronto de utilização do litoral norte e do litoral centro, o que nunca foi feito, na verdade”, externou o consultor ambiental.
O pesquisador da UFS, José Milton Barbosa, da área de Engenharia de Pesca, ressaltou a importância do processo de Zoneamento Costeiro, especialmente no Estado de Sergipe. Segundo expôs, Sergipe tem áreas com apelo ecológico muito forte, onde o litoral sul abriga uma Área de Preservação Ambiental (APA), e no litoral norte, Reserva Biológica.
“Então é preciso que isso seja bem administrado para que a gente possa manter a qualidade ambiental dessas áreas e ao mesmo tempo poder prover também a subsistência das pessoas que moram nela, de forma que haja com isso um perfeito entendimento entre meio ambiente e sustentabilidade, olhando o lado do homem”, defende o professor.
Ele concluiu sua avaliação sobre a importância do Plano de Desenvolvimento Costeiro (PDC) para Sergipe salientando que em qualquer país do mundo se busca esse cenário harmônico, de equilíbrio. ” Você ordenar, de preferência não proibir, mas legislar de forma que o ordenamento garanta também a participação do próprio homem, porque o homem participando desse processo ele se empodera da necessidade de preservar o meio ambiente. Com isso ganha o homem, o ser humano, e por consequência ganha o Estado”, declarou.
Fotos: Joel Luiz- Agência Alese