Uma hora antes do início da sessão desta terça-feira, 15, as galerias da Assembleia Legislativa começaram a ser ocupadas pelos professores da rede estadual de ensino. Os representantes do magistério estão em busca do apoio dos deputados estaduais para uma causa que consideram nobre: pressionar o governador Jackson Barreto a negociar o Plano de Carreira e o piso da categoria. “O governo atualmente não paga o piso”, explica o diretor executivo do sindicato, Roberto Silva. Para ele, é preciso negociar uma saída, abrir o diálogo.
Além de buscar uma alternativa junto ao parlamento estadual, os professores pressionam também nas escolas. A categoria está de braços cruzados em todo o país nos dias 15, 16 e 17, como parte da mobilização nacional liderada pela Confederação Nacional dos Educadores (CNTE). Segundo Roberto Silva, a paralisação envolve professores e funcionários de escolas. Até a quinta-feira as escolas fecharão as portas e os educadores, pais, alunos e a comunidade são convocados a participar dos atos. O diretor do Sintese afirma que o objetivo é denunciara situação dos educadores.
“O governo de Sergipe não paga o piso. O Plano de Carreira, aprovado em 2001, foi desmontado. Avaliamos que o Estado tem dinheiro para bancar o reajuste salarial que nos foi negado por questões políticas”, afirma Roberto Silva, que espera dos deputados um apoio para sensibilizar o governador. De acordo com o dirigente sindical, a carreira do magistério está esfacelada com as medidas adotadas pela Secretaria de Educação.
Roberto lembra que o fato de não existir mais as diferenças, ‘espinha dorsal’ do Plano de Carreira, afeta toda a categoria. O Sintese não aceita o que o governo vem fazendo, ‘que é nivelar os vencimentos iniciais de profissionais com níveis de formação diferenciados’, visto pelos professores como um desrespeito. O Plano de Carreira do Magistério é um direito dos educadores conquistado na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e também na Lei do Piso. O Estado não deu reajuste em 2012 e 2015 para os professores com formação em nível superior e agora ‘iguala os diferentes’. A Greve Nacional dos Educadores reivindica cumprimento da Lei do Piso; contra a terceirização, contra a entrega das escolas às organizações sociais (OSs), contra o parcelamento dos salários, contra a militarização de escolas públicas, contra a reorganização das escolas.
Por Dilson Ramos, com informações do Sintese e da CNTE
Foto: Luciana Bôtto