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Preservação do patrimônio cultural e imaterial de Sergipe é discutida na Alese

Por Luciana Botto- Rede Alese

A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), realizou na manhã dessa quinta-feira, 31,  Sessão Especial  com a temática “Reflexões sobre Patrimônio Cultural Material e Patrimônio Cultural e Imaterial” com a participação de representantes do Iphan e do Instituto Histórico de Sergipe. A iniciativa é do presidente e deputado Luciano Bispo (MDB), com o objetivo de pensar e refletir sobre o patrimônio federal do Estado de Sergipe,

Superintendente do Iphan em Sergipe, Katarina Aragão

Em Sergipe, de acordo com dados apresentados pela  superintendente do Iphan no estado Katarina Aragão, existem 237 sítios arqueológicos cadastrados e outros 90 catalogados, três bens valorados, que corresponde ao patrimônio ferroviário concentrado em Aracaju, Boquim e Propriá, além de 24 bens imóveis tombados individualmente, dois conjuntos arquitetônicos  e paisagísticos localizados nos municípios de Laranjeiras e São Cristóvão.

Katarina  disse ainda que no Brasil,  15 cidades foram reconhecidas como Patrimônio da Humanidade e a  Praça São Francisco no centro histórico do município de São Cristóvão é uma delas, tombada em nível nacional no ano de 1967, e em 2010 foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. A Renda Irlandesa, Roda e Ofício dos Mestres de Capoeira e Literatura de Cordel são considerando bens imateriais de Sergipe.

Na ocasião, a superintendente também fez um breve relato sobre a criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,  e explicou que trata-se de uma autarquia federal do Governo do Brasil, criada em 13 de janeiro de 1937, vinculada ao Ministério da Cidadania, responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do país, chamando à atenção da necessidade de se refletir sobre o patrimônio federal  no estado de Sergipe.

“Pensar, refletir e atualizar as políticas  do patrimônio federal que está em Sergipe, numa oportunidade ímpar de estar na Casa do Povo, parabéns ao presidente pela iniciativa, uma vez que os patrimônios são feitos por memórias, modo de fazer, de ser, de estar, de sentir e como traduzir isso enquanto patrimônio material e imaterial”, ressaltou Katarina

Vale ressaltar que a Constituição Federal, no Art. 216 define Patrimônio Cultural como: os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

Diretor do departamento de projetos especiais do Iphan, Robson Antônio Almeida,

O diretor do departamento de projetos especiais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Robson Antônio Almeida, reforçou a importância do patrimônio cultural como instrumento de transformação e desenvolvimento para a  sociedade. “Melhorar a qualidade de vida dos moradores de quem vive nas cidades históricas brasileiras, acreditando que: se o lugar é bom para se viver, é bom pra se visitar e é bom pra se investir”, justificou

Para Robson, o turismo é uma das saídas, mas não a resolução de todos os problemas. “O turismos é uma das possibilidades, e depende da vocação de cada lugar. São Cristóvão sem dúvida alguma tem a vocação turística que se pode e deve investir”, argumentou

Profª Aglaé D’Ávila

A presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, a profª Aglaé D’ Ávila, chamou à atenção para a consciência cultural dos sergipanos e o papel da escola do que concerne a preservação do patrimônio cultural e imaterial do estado.

Em sua fala, a profª fez um resgate  de toda a origem cultural presente de Sergipe, citando a queijada de São Cristóvão de dona Geninha, passando pelo mestre Satú do reisado, em seu canto de arroio triste pela morte do boi, os desenhos da renda irlandesa realizados por dona Alzira, os  lambe sujos de Laranjeiras, o cordel, o cuscuz, entre tantos outros ressaltados pela profª . Segundo ela, todos originados por grupos étnicos. Na ocasião, a presidente  também cobrou ao poder público o apoio para a preservação e valorização da cultura sergipana.

 

Composição da Mesa

A  Mesa foi composta pelo presidente da Casa Legislativa e autor da proposta, o deputado Luciano Bispo; representando o governador do estado, a diretora-presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê, Maria Conceição Vieira; a presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, profª Aglaé D’Ávila e do vice-presidente, o sub secretário da Alese Igor Albuquerque; a superintendente do Instituto Histórico e Artístico Nacional do Estado de Sergipe, Katarina Aragão; o diretor do departamento de projetos especiais do Iphan, Robson Almeida; o diretor do departamento de patrimônio imaterial do Iphan, Hermano Fabrício Oliveira e o prefeito do município de São Cristóvão, Marcos Antônio de Azevedo.

A solenidade teve a participação dos deputados estaduais, Maísa Mitidieri; Diná Almeida; Maria Mendonça; Goretti Reis; Rodrigo Valadares; Iran Barbosa; Garibalde Mendonça; Dilson de Agripino e Luciano Pimentel, além de representação da OAB/SE, Academia Sergipana de Letras, historiadores, procuradores federais e estudantes.

 

Fotos: Jadilson Simões

 

 

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