16/08/2022
Por Stephanie Macêdo – Agência de Notícias Alese
Prefeitos e representantes dos municípios de Brejo Grande, Ilha das Flores, Santana de São Francisco, Japoatã, Neópolis, Pacatuba, Japaratuba e Pirambu, participaram na tarde desta terça-feira, 16 de agosto, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) de reunião ampliada sobre a construção do Plano de Desenvolvimento Costeiro (PDC), projeto idealizado pela Assembleia Legislativa de Sergipe, e gerado por meio do Plano de Desenvolvimento Sustentável de Sergipe (PDES), que aponta caminhos para maior impulsionar o desenvolvimento econômico do Estado.
Historicamente, em todo o país, a zona costeira apresenta ocupação desordenada, o que acaba sempre causando a degradação ambiental, sendo o planejamento costeiro o instrumento de gestão que estabelece as normas de uso, como a ocupação do solo e o manejo dos recursos naturais, numa determinada área litorânea.
De acordo com o coordenador do PDC, Marcelo Barberino, a pesquisa que gerou o Plano de Desenvolvimento do Estado de Sergipe (PDES) apontou a ausência de um instrumento de zoneamento, que seria o Zoneamento Econômico-Ecológico Costeiro (ZEEC) do Estado. “A falta desse instrumento torna-se um grande impeditivo para o desenvolvimento local dos vários municípios que compõem os litorais do Estado: Sul, Norte e Centro”, declarou.
Diante desse cenário, Barberino defendeu a importância do plano para o desenvolvimento sustentável e econômico nos municípios sergipanos com região litorânea, bem como a necessidade de aliar desenvolvimento e sustentabilidade, olhando para o futuro, mas com foco na preservação e conservação ecossistêmicas. “Essas prefeituras passarão a entender a importância da cadeia produtiva local e o quanto elas podem ser potencializadas, dentro dos princípios básicos da sustentabilidade”, declarou.
O biólogo responsável pelo desenvolvimento do PDCS, Genival Nunes, da Consultoria Raízes, revelou que o plano apresentará estudo específicos para uma ocupação responsável do solo costeiro. Adiantou que para esse objetivo é necessário um diagnóstico preciso dos elementos da região para o uso do solo equilibrado, tais como solo, clima, vegetação, arqueologia, quilombolas, entre outros elementos. “Inclusive, com apresentação de um painel sobre o diagnóstico e prognóstico dos fatores estado-climáticos visando a desenvolvimento da agricultura correta nas regiões litorâneas do estado”, explicou.
Prefeitos
Os gestores municipais se mostraram atentos a oportunidade da construção do zoneamento costeiro da região onde atuam, mas defendem o uso dos recursos naturais como parte do processo de vida da população. Segundo o prefeito de Santana de São Francisco Ricardo José Roriz Silva Cruz, o município sobrevive da renda do barro, e que a matéria-prima que vem das cheias do Velho Chico, sendo essa atividade muito essencial para a economia de várias famílias da localidade.
“Queremos investir muito no turismo. Santana do São Francisco é uma cidade que vive do artesanato em barro. Então nós temos esse barro que é trazido exatamente com as cheias do Rio, e a gente precisa deixar liberado para que a população, os artesãos, possam continuar trabalhando. “A população, depende diretamente daquele barro”, externou.
O prefeito de Neópolis, frisou a importância da pesca para a região do Baixo São Francisco, a exemplo da criação do camarão. Célio de Zequinha diz compreender a importância do diálogo para a construção do Plano de Desenvolvimento Costeiro, considerando às riquezas naturais dos municípios para a economia da região, fator aliado à preservação do meio ambiente.
“Para que isso aconteça e num futuro bem próximo, para que a nossa região venha se desenvolver é preciso que se dê o primeiro passo, e esse aqui hoje é o momento, a Assembleia vem discutir aqui a situação com vários prefeitos do Baixo São Francisco, todos eles preocupados e visando só um objetivo, que é ver a Região do Baixo São Francisco se desenvolver. É um passo que está sendo dado importantíssimo, em prol do desenvolvimento da Região do Baixo São Francisco”, colocou prefeito de Neópolis.
Já o prefeito Guilherme Melo, do município de Pirambu, conta que o Plano de Zoneamento Costeiro é essencial para o desenvolvimento da região de Pirambu já que município abriga a Reserva Biológica de Santa Isabel, destacada por ser um dos principais sítios do projeto TAMAR, e já liberou milhões de tartarugas ao mar.
“O Plano de Zoneamento que a Alese está nos apresentando é essencial. Temos que ter limites com a questão ambiental e os municípios. Em Pirambu temos a Reserva Biológica, com isso precisamos alavancar o Turismo e outros lazeres sem atrapalhar a tartaruga”, relata.
Fotos: Joel Luiz- Agência Alese