Por Ascom Parlamentar
Tradição dos festejos juninos de Malhador, o Casamento do Tabaréu é realizado há 50 anos. A brincadeira faz parte do calendário junino do município e ajuda a movimentar a economia local. Pensando em reconhecer e preservar a brincadeira, o deputado Talysson de Valmir (PR), quer transformar a festa em Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Sergipe. Para tanto protocolou na Alese, Projeto de Lei nesse sentido.
A brincadeira, também chamada de Casamento do Matuto e Casamento do Caipira é uma divertida e crítica representação do casamento, da severidade do pai, do machismo e do comportamento feminino. O enredo é simples, com a noiva quase sempre grávida, os pais dela obrigam o noivo a casar e este sempre se recusa. Faz-se, então, necessária a intervenção da polícia. O casamento acaba acontecendo com o padre fazendo a parte religiosa e o juiz fazendo o casamento civil, tudo sob a garantia do delegado e seus soldados. A quadrilha é o baile de comemoração do casamento.
O enredo é desenvolvido em linguagem alegórica, satirizando a situação, às vezes com palavreado chulo e sempre de acordo com a região onde se realiza. O aspecto a ser evidenciado nos festejos juninos é o fato de a festa ser democrática. Trata-se de uma festa para adolescentes, adultos e idosos, principalmente aqui no Nordeste, onde a tradição é mais forte.
O parlamentar destaca o papel das manifestações culturais na formação e na memória da sociedade. “É preciso valorizar as diferentes tradições populares e garantir a preservação para que gerações futuras conheçam e perpetuem.
Talysson de Valmir ressalta ainda que apesar do aspecto lúdico da brincadeira, essa representação crítica acaba por reforçar os papéis sociais e os valores da moral tradicional. “O Casamento do Matuto é uma atração à parte na quadrilha junina. Nele, as personagens do noivo fujão, da noiva assanhada, do pai, do beato e tantas outras interpretam, com bastante malícia e deboche, o casamento do sertanejo, o sexo pré-nupcial e o machismo”, observa.
Foto: Jadilson Simões