Por Assessoria Parlamentar
O deputado estadual Francisco Gualberto (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, disse na sessão desta quita-feira (10) não ter dúvidas de que a vida do povo brasileiro e a democracia do país estão com a guilhotina no pescoço. Para justificar sua tese, ele citou uma série de exemplos protagonizados pelo presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. “Ontem, em Goiás, o presidente da República voltou a provocar a China, fazendo aquela velha acusação de que existe guerra biológica e fazendo as insinuações que já tinha feito antes. E qual foi o resultado dos ataques? Foi a reação da China e o atraso do envio de matéria prima para fabricação do coronavac”, lembrou, garantindo que o presidente Bolsonaro não deseja ver o povo brasileiro vacinado e fica feliz com o número crescente de mortes. “Essa é a política correta para ele”, afirma.
Francisco Gualberto lembra que o país se aproxima de quase 500 mil mortes (483 mil, até ontem), e o presidente continua com sua política negacionista. “Diante dessa constatação, ouso fazer uma pergunta: o Brasil está sendo administrado por alguém que pode se enquadrar no rol dos seres humanos, ou estamos sendo governados por uma coisa?”, questiona. “Mas seja qual for a resposta, as evidências mostram que a vida do povo brasileiro, em função da pandemia e das atitudes desse presidente, está com a guilhotina no pescoço”, sentencia o deputado.
Sobre os riscos que corre a democracia, Gualberto cita os atos inconstitucionais pedindo a volta da ditadura militar e fechamento do Congresso Nacional e STF; cita também o caso recente em que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, participou de ato político no palanque do presidente Bolsonaro, contrariando o regimento do Exército Brasileiro, e mesmo assim não foi punido pelo comando militar. “Ele foi conduzido a um cargo importante ao lado do presidente da República em Brasília. Esse é um sinal para que a gente possa observar as ameaças à democracia brasileira”, garante o deputado.
Francisco Gualberto cita também como ameaça à democracia a política de armamento implementada no atual governo. “No governo Lula havia uma política de desarmamento da população, inclusive com indenizações para quem entregasse suas armas às autoridades de segurança nos estados. Mas agora temos um incentivo ao armamento da população. Para quê?”, questiona, informando que pela atual legislação um colecionador pode adquirir até 60 armas dos mais variados calibres e 2 mil projéteis.
Segundo Gualberto, recentemente um colecionador do Rio de Janeiro e outro de São Paulo tiveram os seus arsenais roubados, sem que houvesse arrombamento em suas residências, nem sinal de invasão e sem registro de boletim de ocorrência. “A pergunta é: estão distribuindo essas armas para quem? E o que querem com elas mais tarde?”, questiona mais uma vez o deputado.
Outro fator que chama a atenção de Gualberto é a vinculação explícita da família Bolsonaro com milícias formadas por bandidos, ex-policiais e até por policiais da ativa. “Vimos na imprensa que a mãe daquele miliciano que foi assassinado na Bahia era do gabinete do senador Flávio Bolsonaro. Um outro miliciano tem uma casa no condomínio onde Bolsonaro mora no Rio de Janeiro, e por coincidência a filha dele namora com o filho do presidente. E nesta casa foram encontradas partes de 85 fuzis. Vejam quantas coincidências ruins que servem para que a gente comece a pensar sobre o que pode acontecer com a democracia brasileira”.
Por fim, o deputado estranha, mas acende o sinal de alerta em relação aos constantes questionamentos feitos pelo presidente Bolsonaro sobre a urna eletrônica nas eleições brasileiras, querendo reimplantar o sistema de voto impresso. “Pelo que estamos vendo, ele quer contar com setores ilegais armados e possivelmente com setores legais, e que também são armados, para que possam defender o seu projeto que atenta contra a democracia”, alerta Gualberto.
Foto: Jadilson Simões