A inclusão de travestis e transexuais na sociedade. Foi por esse prisma que hoje, 16, no plenário da Casa Legislativa foi realizado uma palestra sobre a Visibilidade Trans, um ato promovido pela deputada estadual, Ana Lúcia, (PT). Deputados e representantes e presidentes das Associações LGVT de Sergipe participaram do diálogo.
No dia 29 de janeiro é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, data criada em 2004 pelo Ministério da Saúde após a divulgação da campanha “Travesti e Respeito”, em reconhecimento à dignidade dessa população.
Diante das dificuldades vividas pelos transexuais e travestis, a deputada Ana Lúcia utilizou o grande expediente da Casa Legislativa em favor da causa. “O índice de violência contra elas são grandes. A idade média de vida é de 35 anos, um cenário preocupante, todas elas são sujeitos de Diretos. Precisamos assegurar esses direitos, sendo necessário ter políticas públicas que promovam dignidade a sua vida, elas têm direito a fazer várias opções profissionais”, asseverou a deputada.
Segundo ressaltou a presidente da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil, Tatiana Araújo, que presidiu a palestra durante o grande expediente da Assembleia Legislativa, a Casa do Povo legisla para todos, e que por isso, Leis devem abranger às minorias.
“A Assembleia Legislativa tem de igualar o nível de leis que a Câmara Municipal de Aracaju já elaborou. É a câmara exemplo para o Brasil, na conjuntura de Leis que beneficiam a população LGVT. Temos um projeto que não foi aprovado pelos parlamentares da Alese, que é sobre a simples Adoção do Nome Social, lei que já existe no município de Aracaju, tem decreto presidencial da ex-presidente Dilma Rousseff, ma, em Sergipe, decreto sumiu dentro da Casa da Assembleia Legislativa”, indigna-se.
Tatiana ressalta que a reivindicação do nome social equipararia direitos, em termos de abrangência estadual. “Por exemplo, passamos por constrangimento no posto de saúde, ao reivindicar nome social no atendimento. Isso não ocorre, pois Lei não é a estadual. Precisamos de igualdade”.
Isonomia
Em dossiê apresentado na Alese, único do Brasil, intitulado, “Geografia do Corpo Trans”, apresentado no Rio de Janeiro em evento direcionado aos trans, a presidente da rede nacional destacou não ser justo a ausência de igualdade de Direitos entre as pessoas trans.
“Não é justo que uma população ainda padeça de políticas públicas de educação, de trabalho, de inclusão na Saúde. No mandato da deputada Ana Lucia, se vê uma alternativa de discussão com as minorias, e aí amadurecendo um diálogo com a rede nacional, elaboramos um dossiê que mostra dados da violência trans. Dossiê aponta que a maioria da nossa população, 80% no Nordeste, sobrevive da prostituição. Então, precisamos que a Alese venha igualar o nível de leis no Estado”. Outro ponto apresentado no dossiê é a violência, onde, segundo dados apresentados, somente em 2016 em Sergipe, o número de cinco trans foram assassinados.
Não diferente da opinião da presidente da Rede Nacional Trans, Tatiana Araújo, é a posição das presidentes das Associações Trans em Sergipe. Segundo Daniela Gasparelly, que é a presidente da Associação Adversidade em Ação em Busca de Cidadania LGBT do Baixo São Francisco, Sergipe, as pessoas trans precisam de maior liberalidade no meio social.
“Espero que daqui, após essa exposição das nossas dificuldades, às portas se abram. Temos dificuldade para trabalho, por nós colocarmos roupas de mulher. É uma situação horrível, precisamos de igualdade”, externa Daniela.
Para Alana Azevedo, o retorno à Alese representa um apelo. “Precisamos ser ouvidas pelos parlamentares, precisamos do apoio da Casa Legislativa, queremos ter nossos Direitos assistidos”, reivindica a Alana, que é a presidente da Associação do grupo LGVT do Santos Dumont, bairro de Aracaju.
Por, Agência de Notícias Alese
Foto: Jadilson Simões
