Por Júnior Matos/ Agência de Notícias Alese
Foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), a Lei Ordinária Nº 8.176/2016 que instituiu no Calendário Oficial do Estado de Sergipe, a Campanha ‘Novembro Azul’. A propositura tem o objetivo de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças como: hipertensão, diabetes e outros tipos de cânceres.
De acordo com a Lei Estadual, o mês de novembro é dedicado às ações de conscientização da Saúde do Homem, “no qual devem ser realizados, em cooperação com a iniciativa privada e com entidades civis, palestras e debates de esclarecimentos, campanhas, reuniões, encontros, eventos, exames e outras ações educativas e preventivas ao combate de doenças”, destaca texto da lei.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), a recomendação é que todos os homens acima de 50 iniciem os exames preventivos de dois em dois anos. Caso apresente alguma patologia na família, a idade para o começo das ações preventivas deve ser a partir dos 45 anos.
Durante o período, o prédio da Alese será iluminado na cor azul para lembrar e conscientizar a população masculina sobre a importância dos exames preventivos e diagnóstico precoce das doenças.
Câncer de Próstata
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma). Em 2022, foram contabilizadas 16.301mortes pela doença. Já Estimativa de novos casos são de 71.730 a cada ano.
A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
Especialista, prevenção e tratamento
O urologista é o médico que cuida dos transtornos relacionados aos sistema urinário em geral e reprodutor do sexo masculino. Esta última característica lhe confere uma especial e peculiar característica que diz respeito a ser considerado o médico que cuida da saúde do homem.
“Fazendo uma analogia bem simples, o urologista está para o homem assim como o ginecologista está para a mulher. Por questões basicamente sociais e culturais, em geral, o homem não tem o costume de procurar o acompanhamento do médico de maneira preventiva e precoce como acontece com as mulheres, que são estimuladas desde a adolescência a ter este acompanhamento regular. Isso deveria ser verdade também para o homem, que desde cedo deveria ter o seu “urologista assistente”, principalmente ao iniciar a vida sexual”, explica o médico urologista, Muryllo de Britto.
Segundo o especialista, a prevenção do câncer de próstata é importante para homens de todas as idades, e existem algumas medidas que podem ser tomadas para ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento da doença. O rastreio do câncer de próstata é uma delas.
“Esse rastreio é simples, de baixo custo e com alta efetivadas e deve ser estimulado para homens em geral acima de 50 anos ou para aqueles com histórico familiar de câncer de próstata ou outros fatores de risco relevantes como raça negra e obesidade acima de 45 anos. O exame consistente na dosagem do PSA (exame de sangue que serve para identificar casos mais suspeitos) e o exame de toque retal, realizado no próprio consultório, sem necessidade de aparato técnico tecnológico. Com essas duas ferramentas o urologista é capaz de identificar os casos suspeitos e prosseguir com a investigação adequada para o diagnóstico do câncer”, explica Muryllo de Britto.
Para o médico, é importante mudar o paradigma cultural que afasta o homem dos cuidados com a saúde, tornando-o capaz de enxergar o urologista como “seu médico” para esse fim; mas também, como médico capaz de acompanhar o possível surgimento e doenças mais prevalentes como diabetes e hipertensão, que são bastantes prevalentes e que podem ser, a princípio, diagnosticadas pelo urologista, que pode posteriormente referenciar ao médico clínico para correto acompanhamento”, finalizou o urologista.
Foto Capa: Joel Luiz/Agência de Notícias Alese