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Deputada Ana Lúcia emite nota de pesar pela morte de Marisa Letícia

É com um aperto no peito que expresso meu imenso pesar pelo falecimento da companheira Marisa Letícia Lula da Silva, fundadora do Partido dos Trabalhadores e que esteve ao lado do ex-presidente Lula por mais de 40 anos. Minha solidariedade a toda a família de Dona Marisa, a seus filhos, amigos, e em especial ao companheiro Lula, que dividiu seus sonhos, sua trajetória pessoal e política, e sua vida com esta mulher aguerrida e forte.

Ao sucumbir ao Acidente Vascular Cerebral hemorrágico que a vitimou, após 10 dias de internação, Marisa Letícia foi vítima flagrante dos ataques protagonizados pela direita inescrupulosa do nosso país, num dos episódios mais tristes de perseguição e sucessivas calúnias da história do Brasil. Diagnosticada com um aneurisma há cerca de 10 anos, Dona Marisa foi morta pela pressão a que foi submetida: a pressão da caça a Lula; a pressão das mentiras insistentemente repetidas com o intuito de manchar e destruir sua trajetória de dignidade, de seu companheiro e de sua família; a pressão motivada pelo preconceito contra um operário que se tornou o maior líder popular de uma nação e que chegou à presidência; e, sobretudo, a pressão motivada pelo medo ante as transformações implementadas por um governo democrático, popular e de esquerda, liderado pelo PT e por Lula.
A simplicidade de Dona Marisa, mesmo ante ao apelo do “sucesso político” de Lula, impressiona. Desde a discrição visível nas roupa e nos adereços, passando pelo comportamento de não competição com o companheiro e, sobretudo pelo olhar complacente e proativo ante à miséria do nosso povo e às desigualdades sociais, refletem sua trajetória de vida, permeada por inúmeras dificuldades, especialmente financeiras.
De origem popular, Marisa Letícia nasceu em São Bernardo do Campo, em 7 de abril de 1950, numa casa de dois quartos, de pau-a-pique, com chão de terra batido, sem energia elétrica e sem água encanada. Lá, viveu até os sete anos ao lado de seus onze irmãos e seus pais: Antônio João Casa e Regina Rocco Casa, pequenos agricultores que comercializavam o pouco que era possível colher para manter a sobrevivência da família. Diante das adversidades impostas pela pobreza, Marisa foi precocemente empurrada para o mundo do trabalho, trocando, aos nove anos, as bonecas por três crianças de quem foi babá. Aos 13, largou a escola e tornou-se operária na fábrica de chocolates Dulcora, e aos 20 anos, passou a trabalhar na área de educação da prefeitura de São Bernardo do Campo.

 

Conheceu Lula em 73, quando recém-viúva, procurava um pecúlio deixado pelo falecido marido junto ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Seu primeiro companheiro, o caçambeiro Marcos Cláudio dos Santos foi assassinado em um assalto, quando dirigia o táxi do pai. Lula também estava de luto pela perda da sua primeira esposa em 1971, grávida, para uma hepatite mal curada. Em maio de 1974, Lula e Marisa se casaram. Da união nasceram os irmãos de Marcos, filho de Marisa considerado o primogênito de Lula: Fábio, Sandro e Luís Cláudio.

 

A simplicidade que acompanhou Marisa toda a vida se estende a Lula: Aliada à sua sensibilidade e seu forte senso de obervação, essa simplicidade contribuiu para que Lula não se desviasse na sua trajetória de sua origem popular e operária. Longe de cumprir um papel meramente decorativo, Marisa sempre foi, discreta e corajosamente, uma verdadeira companheira de Lula, no sentido literal da palavra: aquela que “está com” física e ideologicamente, aquela divide o pão, que divide as verdades, as percepções, as tarefas, que divide a vida. Marisa foi, por quase 45 anos, o sustentáculo de Lula. Nosso maior líder popular não seria quem é e não teria contribuído o tanto que contribuiu para nosso país, não fosse por Dona Marisa.

Mais do que companheira de Lula, Marisa Letícia foi uma verdadeira militante e nos mostrou, nos momentos mais difíceis, sua força e determinação: organizou outras mulheres que se uniram ao movimento sindical na região e nunca deixou de estar ao lado de Lula nas greves, nas lutas, nas campanhas eleitorais. Fundadora e do Partido dos Trabalhadores, ela teve papel fundamental na sustentação do partido, sobretudo no momento de sua formação: abriu sua casa para as reuniões do núcleo petista que começava a se organizar, além de ter sido responsável pela confecção, à mão, da primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores. Ao costurar a estrela, nosso símbolo maior, Marisa teceu a estrela guia da militância, a estrela que inspirou e permanece inspirando os que construíram nosso partido ao lado do povo humilde e trabalhador, os que nutriam e nutrem esperança na transformação social, os que conceberam o partido como uma unidade de resistência e forças para enfrentar as desigualdades sociais, para lutar por direitos e por uma vida justa para os oprimidos e excluídos. Não deixaremos o brilho da estrela ser apagado.

Por Assessoria Parlamentar da deputada Ana Lúcia (PT)

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