Por Stephanie Macêdo – Rede Alese
Como forma de reconhecimento à atuação e aos esforços para a promoção e a defesa dos Direitos Humanos no estado de Sergipe, a Assembleia Legislativa de Sergipe, por meio da Comissão de Direitos Humanos da Casa Legislativa, homenageou diversos atores sociais e jurídicos com a entrega da Medalha de Direitos Humanos “Dom José Vicente Távora”. A Sessão Especial ocorreu no plenário da Poder Legislativo.
Familiares, amigos, vereadores, deputados estaduais, juízes, promotores, educadores sociais, entre outras personalidades, participaram da solenidade. “Para nós é motivo de alegria celebrar os direitos civis”, disse Iran Barbosa, ao abrir o evento, ocasião que presidiu à mesa da solenidade. Dando sequência à sessão, o deputado Georgeo Passos (Cidadania) fez a leitura da decisão da Comissão Parlamentar de Direitos Humanos, que selecionou os homenageados. Em seguida Georgeo leu uma saudação escrita pela presidente da comissão, a deputada Kitty Lima(Cidadania), que não pode comparecer ao evento porque se recupera de uma cirurgia.
Homenageada, a professora Adélia Moreira Pessoa fez uso da palavra e leu o artigo primeiro da Declaração dos Direitos Humanos. Ela agradeceu a indicação da deputada Kitty Lima (Cidadania) e aos pares que aprovaram a proposta. “Gratidão é uma dívida que não prescreve. A homenagem tem um especial significado para mim, pois 0 tema está direcionado àqueles que lutam pelos direitos humanos. Esta honraria me dará estimulo para continuar a caminhada e amanhã, serão 71 anos da Declaração Universal dos Diretos Humanos”, registrou Adélia.
A juíza Rosa Geane agradeceu a presença de todos e em especial de sua família. Disse que está honrada pela indicação de seu nome. A magistrada ressaltou que a Casa Legislativa tem desempenhado importante papel na defesa da mulher e dos Direitos Humanos.
O educador social Carlos Alberto Santos falou que os anos se passaram e a disparidade entre ricos e pobres, há 40 anos, já era injusta e que nos dias atuais a necessidade pela mudança de qualidade de vida da pessoa ainda carece de garantias. Também homenageado, o advogado Izever de Matos, agradeceu a indicação de seu nome, e disse que medalha não é pessoal. “Medalha é uma luta coletiva, faz parte da luta de todos”, declarou.
A promotora Maria Lilian Mendes utilizou a tribuna para registrar que a honraria faz parte de seu trabalho, e que recebeu a medalha com muita emoção. “A luta pelos Direitos Humanos é diária e começa dentro de casa da gente. Dedico essa medalha aos heróis anônimos que fazem seu trabalho defendendo esses direitos, em que crianças e adolescentes estão inclusas.” lembrou
A irmã Marisa Inês Mosena, do Oratório de Bebê, ressaltou que no coração dos sergipanos tem o Oratório de Bebê. “A irmã Bebê era uma defensora da educação, do lazer e dos valores das crianças e dos adolescentes”, declarou. O filho de dona Rute (in memória), da Avosos, Eduardo Winne Cardoso, recebeu a medalha em nome da mãe. Ele conta que dona Rute jamais desistiu do sonho de ver crianças terem dignidade, e lutou por elas quando faziam tratamento oncológico no Hospital de Cirurgia.
Medalhas de Mérito
Foram homenageados com a Medalha de Direitos Humanos “Dom José Vicente Távora” as seguintes personalidades:
- Adélia Moreira Pessoa, advogada e professora – Indicada pela deputada Kitty Lima (Cidadania).
- Rosa Geane Nascimento Santos (juíza) – Indicada pela deputada Kitty Lima (Cidadania)
- Carlos Alberto Santos – Indicada por deputado Iran Barbosa (PT)
- Ilzever de Matos Oliveira (advogado) – Indicado por Iran Barbosa (PT)
- Padre José Soares – Indicado por Iran Barbosa (PT)
- Karyna Batista Sposato – Indicada por Iran Barbosa (PT)
- Maria Lilian Mendes (promotora de Justiça) – Indicada por Iran Barbosa (PT)
- Genésia Fontes (in memória) do Oratório de Bebê, que foi representada pela irmã Marisa Inês Mosena.
- Maria Ruth (in memória), que foi representada pelo seu filho, Eduardo Winne Cardoso – Indicada por Iran Barbosa(PT).
- Edivaneide Souza Paes, que foi representada por Josefa Ayres de Goés Santos – Indicado por deputado Capitão Samuel.
- Renata Santigo Vargas Roriz Silva Cruz, que foi indicada pelo deputado Capitão Samuel
- O promotor Deijaniro Jonas Filho, indicado por deputada Goretti Reis
- Almir Almeida Paixão (Amir do Picolé), indicado por deputada Maria Mendonça
- Davi Lima Valente , indicado por deputado Rodrigo Valadares
A história de Dom Távora
Natural do município pernambucano de Orobó, Dom Távora contribuiu com a história do povo brasileiro, principalmente a dos pobres. Chegou ao estado de Sergipe em 1958 e foi Arcebispo da Arquidiocese de Aracaju no período de 1960 a 1970. Foi um verdadeiro lutador da classe trabalhadora, da democracia, e principalmente dos direitos humanos.
Chamado de ‘Padre dos Operários’, Dom Távora também criou o Movimento de Educação de Base em Sergipe e fundou a Rádio Cultura, como um meio para alfabetizar os pobres. A partir desse movimento, surgiram as articulações dos trabalhadores rurais para a criação dos primeiros Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e a Federação dos Trabalhadores Rurais do estado de Sergipe. Dom Távora estimulou a luta pela Reforma Agrária em todo o país como prática da justiça social no campo.