A deputada estadual Maria Mendonça (PP) não esconde sua preocupação com a possibilidade de o governo do Estado efetivar o processo de privatização da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso). Ela saiu em defesa dos trabalhadores e responsabilizou a gestão estadual pela falta de investimentos. Maria Mendonça se posiciona contrária a venda da empresa pública e defende uma somação de forças do Ministério Público Estadual, OAB, das entidades sindicais e da própria Assembleia Legislativa para impedir que a operação aconteça.

Maria Mendonça entende que a necessidade de privatização da Deso hoje é fruto de um processo contínuo de abandono por sucessivos gestores estaduais. “Eu quero lamentar, profundamente, as declarações recentes do senhor governador que responsabiliza os servidores da Deso pela situação que a Companhia atravessa. A empresa está sucateada, é verdade, mas a culpa não é dos trabalhadores e sim do governo do Estado que não fez os devidos e necessários investimentos”, pontua.

A deputada explicou ainda que, antes de responsabilizar os servidores, o governador deveria lembrar que muitos serviços prestados pela Deso, hoje em dia, são de responsabilidade de terceirizados. “Ao longo de anos a empresa ficou abandonada, desprezada. Deixaram chegar nesta situação e agora querem privatizar? Culpar os servidores? E os serviços não são terceirizados? Os trabalhadores não podem ser responsabilizados pelo desmonte! Vou apresentar uma Moção ou algo neste sentido me solidarizando com os funcionários da Companhia”.

Em seguida, Maria Mendonça alertou que o problema de falta de água em Sergipe se deve também a falta de gerenciamento da Deso. “Você tem que priorizar as coisas. A revitalização da Deso sempre foi uma necessidade, no sentido que ela prestasse um serviço adequado à população. Essa falta de água que atinge a todos nós se deve muito também por uma questão de gestão. Quem não dá estrutura, não tem condições de cobrar! Tinha que investir, realizar concursos públicos e não ficar terceirizando tudo”.

A deputada explicou que o servidor efetivo tem prazer em trabalhar, ter seu reconhecimento e ver a sua empresa crescer. “Sou contrária à privatização por entender que a população será duramente penalizada. O cunho social de uma empresa pública é grande. Já no setor privado, é evidente que há um lucro social, mas o lucro financeiro vem sempre em primeiro lugar. Estamos falando de água, de um bem que todos nós dependemos e que precisamos que chegue com qualidade em nossas casas. É preciso que o governo tenha uma visão diferenciada sobre isto”.

Por fim, Maria Mendonça disse que o Ministério Público Estadual, a OAB e os sindicatos dos trabalhadores serão fundamentais na luta contra a privatização da Deso. “Todos, inclusive a Assembleia Legislativa, precisam promover um profundo e amplo debate, temos que nos manifestar e tentar mostrar ao governador que a privatização é um equívoco. Isso é patrimônio público e o Estado não pode simplesmente abrir mão dele. O Legislativo é a caixa de ressonância dos interesses da sociedade e vamos nos somar a esta luta”.

Por Agência de Notícias Alese

Foto: Jadílson Simões