A convite das deputadas Maria Mendonça (PP) e Ana Lúcia (PT), o arcebispo metropolitano de Aracaju, Dom João José Costa, esteve na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), nesta quarta-feira (5), palestrando sobre a Campanha da Fraternidade 2017: biomas brasileiros e defesa da vida, cujo lema é cultivar e guardar a criação.
A campanha visa despertar em todo cristão o desejo por ser um cultivador e guardador da obra criada. O arcebispo lamentou a degradação dos dois biomas predominantes em Sergipe, a caatinga e a mata atlântica. “O mundo natural não deveria ser desfigurado a ponto de a degradação vir a causar danos irreversíveis ao próprio homem que destrói a natureza. Destruindo-a, o próprio homem corre o risco de destruição”, destacou Dom João José Costa.
A Campanha da Fraternidade chama a atenção para a necessidade de a população defender o desmatamento zero para todos os biomas e sua composição florestal. Nos últimos anos a mata atlântica foi intensamente explorada em Sergipe e reduzida a 0,1% de sua área original, de acordo com um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Já a caatinga também tem sido intensamente explorada, com substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. No território sergipano existem 17 unidades de conservação da natureza, sendo sete particulares, quatro do governo federal, duas municipais e seis estaduais. “É evidente que todos sem exceção têm a sua parcela de responsabilidade, mas ainda é possível recuperar o tempo perdido. Ainda é tempo de recompor e preservar o que nos resta”, observou o arcebispo.
A deputada Maria Mendonça reforçou a relevância da abordagem e declarou que a preocupação com a sustentabilidade dos biomas brasileiros demonstra o interesse pela manutenção da vida. “A nossa existência está ameaçada porque, ao longo dos anos, o homem tem degradado o meio ambiente. Temos situações em nosso estado gravíssimas como o caso do rio São Francisco onde o mar está avançando cada vez mais em função de uma transposição feita sem a revitalização”, comentou.
Maria ainda defendeu a elaboração de políticas públicas para revitalização dos mananciais e gestão eficiente dos recursos naturais. “A barragem da Ribeira que abastece cidades no agreste já está quase em seu volume morto colocando em risco o abastecimento de milhares de pessoas. Muitas pessoas começaram a desmatar o leito do rio Jacarecica, que corta a cidade de Itabaiana, para fazer irrigação, porém, isso levou a morte do curso d’água. Mas, se cada um fizer a sua parte, é possível recuperar nossos ecossistemas e conviver de forma harmônica com o meio ambiente”, concluiu a deputada.
Assessoria de Imprensa do Parlamentar
Foto: Jadilson Simões