Na tentativa de entender e buscar alternativas para o retorno das atividades dos matadouros do Estado de Sergipe, centenas de marchantes e fateiras participaram na sessão especial desta terça-feira, dia 19. De acordo com o representante dos trabalhadores do município de Nossa Senhora da Glória, distante 118 km da capital sergipana, César de Passarinho, mais de 20 mil pais e mães de famílias estão desempregadas e passam por dificuldades.
“Não tem como sustentar essa situação que fizeram com a classe dos marchantes. Precisamos de uma explicação, ou seja, que alguém do poder público se apresente e justifique por qual motivo todos os matadouros do Estado foram fechados e, ficar apenas os dois particulares funcionando”. Ele colocou ainda que não é admissível uma cidade como Nossa Senhora da Glória ter o estabelecimento fechado e, nem a Prefeitura Municipal explicar o motivo.
“Precisamos saber qual foi o motivo. Se precisa de melhoramento, de reforma, que de um prazo e faça. Nossa matança é a cada oito dias, então, tem como marcar o dia de matar o gado para o pessoal poder trabalhar”, destacou.
César de Passarinho colocou também que os responsáveis devem ser chamados e responsabilizados. “Precisamos que os órgãos públicos chamem os gestores dos matadouros, que de prazo e exija deles. Se tiver que punir que puna o responsável e não os trabalhadores, pois não é justo pagarmos pelos erros dos outros”.
Atualmente, o gado de Nossa Senhora da Glória está sendo abatido no Nutrial, matadouro localizado na cidade de Propriá. Segundo Cesár de Passarinho, para dificultar ainda mais a situação, existem boatos que as carnes comercializadas no mercado público têm formol. “Por algum motivo a população não está comprando as carnes. Essa história de que esta sendo colocado formol nas carnes é mentira. Quem tiver dúvidas, que procure o órgão competente, mas não façam isso porque quem está ali são pais e mães de família que precisam do seu sustento”.
Forte odor
Com relação aos frigoríficos privados, o Frigo Serrano da cidade de Itabaiana e o Nutrial, em própria, César de Passarinho desabafa e diz “que se a inspeção fosse bem feita, os matadouros privados estão deixando a desejar devido ao forte odor. Lá, diariamente, são abatidos mais de 500 gados e não dá tempo de enxugar a esterqueira (caldeira de sangue) diferente do municipal”.
“As pessoas do povoado São José, que fica próximo ao o Frigo Serrano da cidade de Itabaiana, não saem de lá por que não tem para onde ir. O odor é terrível”, finalizou.
Por Kelly Monique Oliveira – Rede Alese
Foto: Divulgação/Alese