A deputada Linda Brasil (Psol) subiu à Tribuna, nesta quarta-feira (5), para pedir que o Governo do Estado dialogue com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Estado (Sintese). Os professores ocuparam o gabinete do secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral, com este pleito.
“Ontem, o Sintese dialogou com o chefe do executivo para ver a viabilidade da construção de uma comissão de negociação para discutir uma proposta para que seja protocolada e executada no segundo semestre, quando os professores retornam do período de férias. É muito importante o dialogo, é muito triste a gente escutar de um secretário e de um governador que não vai dialogar enquanto o movimento dos professores esteja em greve”, afirmou.
Os trabalhadores pedem valorização da categoria e da educação pública, realização de concurso público, descongelamento do triênio, entre outros pontos. A parlamentar disse que os representantes foram convidados para conversar com o secretário sobre o assunto, mas foram recebidos no gabinete por um oficial de justiça que estava com uma intimação.
“Isso mostra o desrespeito com os professores e com a educação do Estado, a gente vê que não há um compromisso. Eu lembro que no ano passado eu recebi várias denúncias em relação a educação e mandei ofícios para a Seduc, eu marquei uma reunião com o secretário. Os ofícios que eu enviei não estavam lá, como se nem tivesse lido a reivindicação”, acrescentou.
O deputado Georgeo Passos (Cidadania) criticou, também na Tribuna, o ocorrido. Ele disse que a atitude deve piorar o entendimento entre as partes para futuras negociações com intuito de retorno integral da prestação dos serviços.
“É de uma má-fé gigantesca o que o secretário-executivo fez, quebrando qualquer relação de confiança que poderia existir entre sindicato, professores e o secretário de Estado da Educação, que se já não trabalhava, agora vai ter a desculpa de que não está fazendo mais porque a sua sala está ocupada”, afirmou.
Em aparte, o deputado Marcos Oliveira (PL) também criticou a postura. Ele falou que é preciso ter diálogo e que os professores sejam atendidos em suas reivindicações.
“Eu nunca vi uma baixeza deste tamanho, a gente até quer encontrar palavras para resumir este tipo de atitude. A gente tem uma situação de crise, de conflito, com os professores que querem o piso nacional do magistério, que sua carreira seja valorizado, que aquilo que foi retirado seja retornado, e dentro desse conflito já é normal, o Governo já tem a ação pronta, é a mesma, só muda a data, pedindo a ilegalidade da paralisação”, declarou.
O líder do Governo na Casa, deputado Cristiano Cavalcante (União Brasil) falou que o Sintese foi recebido diversas vezes desde o ano passado e que os pleitos apresentados foram atendidos dentro das possibilidades vividas pelo Estado.
“Nós temos que ter o entendimento necessário para saber que o Governo não vai ser irresponsável de oferecer mais do que ele tem a capacidade fiscal e financeira. Existe um equilíbrio. O Estado está com dinheiro? Não, o Estado está equilibrado, organizado, tanto é que tudo está acontecendo: o salário do servidor está em dia, está realizando alguns concursos públicos, como Banese, Endagro, Adema e Sefaz. Então, as coisas estão acontecendo”, afirmou.
Ele disse que os pleitos atendidos irão gerar R$ 240 milhões de investimento, sendo quase R$ 167 milhões no exercício de 2024 e os demais R$ 73 milhões em 2025. São ainda 45 obras entregues desde o início dos 18 meses do Governo.
Ele ainda acrescentou que mais de 100 escolas estaduais foram climatizadas e mais 116 estão no processo do aumento de cargo para haver a climatização. As declarações ocorreram durante o grande expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe.
Fotos: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese