A deputada Linda Brasil (Psol) subiu à Tribuna, nesta quarta-feira (4), para falar sobre o leilão para concessão da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da Microrregião de Água e Esgoto de Sergipe (Maes), marcado para ser realizado esta tarde na Bolsa de Valores B3, em São Paulo.
A parlamentar lamentou a decisão de realizar esta ação e afirmou que a atitude deve aumentar os preços da prestação de serviços em todo o estado. Ela explicou que fatos como este já ocorreram em outros lugares, mas não obtiveram sucesso.
“É muito triste perceber como a maior parte da imprensa sergipana é acrítica e naturaliza esse processo de entrega da Deso para a iniciativa privada, que na verdade é uma privatização, como se fosse uma coisa normal e boa para nosso estado. Sergipe vai na contramão de diversos países que estão reestatizando os serviços de saneamento e distribuição de água, após a piora dos serviços e preços abusivos”, disse.
A deputada citou Alagoas como exemplo de aumento de preços e piora dos serviços. Linda Brasil detalhou que a Deso obteve lucro superior a R$ 40 milhões em 2022 e conta com mais de 1500 trabalhadores efetivos e quase cinco mil terceirizados.
“Antes de vir à Assembleia, eu ouvi uma entrevista do presidente da Agência Desenvolve-SE, Milton Andrade, e ele disse que não tem previsão do desligamento dos funcionários, mas em nenhum momento falou na garantia do emprego da população”, acrescentou.
As declarações ocorreram durante o pequeno expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe.
Falta de medicamentos no Case
Durante o grande expediente, Linda Brasil exibiu uma matéria publicada na imprensa sobre o problema enfrentado por pacientes que precisam receber medicamentos no Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case), em Aracaju.
“É inadmissível que uma secretaria tão importante, como a saúde, não tenha um planejamento. Sempre é culpa do Governo Federal ou da empresa que não tinha condições de cumprir o contrato, então porque fez o contrato com essa empresa? Isso gera morte para a população que não tem condições de comprar”, declarou.
A parlamentar informou que vai entrar com uma representação junto ao Ministério Público com ajuda de seu setor jurídico para tentar resolver o problema.
Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese