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Jovens representam menos de 1% do eleitorado

Há exatos 11 dias para definir o destino do Brasil, jovens sergipanos não têm interesse em eleições ou não sabem em quem votar. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a participação dos adolescentes em 2018 é menor desde 2002. Os números comprovam que em 2002 jovens que tiraram o titulo de eleitor foram 2.217.948. Ainda segundo o TRE, os jovens de 16 e 17 anos representam 0,95% do eleitorado em 2018, num total de 1.400.617 tiveram interesse.

Minoria entre os adolescentes de sua idade, Carlos Vinicius, 16 anos, fez questão de tirar seu título e participar das eleições de 2018 mesmo sem ser obrigado. “Voto pela primeira vez e acho importante exercer a cidadania porque iremos escolher pessoas que irão nos representar os próximos quatro anos. Por isso, temos que ter cuidado!”, frisou o estudante.

Indecisa por falta de opção, a estudante do curso de Educação Física, Bárbara Narciza, 20 anos, que irá votar pela segunda vez, relatou que essa é a oportunidade de acompanhar e analisar as propostas sobre saúde, educação, segurança pública e meio ambiente. “Está complicado escolher devido à corrupção. Mas temos que votar com consciência e escolher o melhor para o país”, frisou.

Na avaliação do cientista político, Eduardo Macedo, o interesse dos jovens para as eleições 2018 não tem sido um tema que despertou curiosidade.

“Primeiro temos que lembrar que existe o jovem eleitor facultativo. São aqueles que embora já sendo alistados, não tem obrigação de votar. Aí estão aqueles com 16 a 18 anos incompletos. O outro segmento, que inclui os jovens acima dos 18 anos já obrigados a votar, embora, o Código Civil estabeleça que a partir dos 18 anos adquirem a capacidade civil”, afirmou o cientista político enfatizando que o fato notório é que cada vez mais os jovens estão demorando a adquirir essa maturidade.

Sobre a indecisão dos jovens em não saber em quem votar, Macedo explicou que isso é a comprovação da letargia e falta de interesse do tema. “Não há percepção ao jovem que o resultado da eleição 2018 vá apresentar novidade ou se mostre como algo inovador e que venha representar uma virada na situação confusa e caótica da politica e seus desdobramentos como a saúde, segurança e outras áreas”, explicou.

Foto: Stúdio Osmar

No geral e no particular, o especialista relatou que o pleito deste ano, por ser de eleições gerais, e tendo o precedente do impeachment que quebrou a normalidade institucional do país, apresenta sérias e profundas dificuldades.

“Os partidos políticos perderam por completo a representatividade. As coligações formadas demonstram claramente que não existe viés ou ideologia que pudesse apresentar um diferencial e uma alternativa para uma saída pelo menos honrosa do caos atual”, frisou.

Eduardo Macedo finalizou afirmando que “devemos continuar depositando nossa expectativa de mudanças e consolidação da democracia nas tentativas em acertar: no candidato certo e com ficha limpa; na educação política dos jovens começando pelo ensino básico;  e acima de tudo na conscientização de que os problemas da política no Brasil são decorrentes da má escolha do voto”, concluiu.

Texto e fotos: Kelly Monique Oliveira – Rede Alese

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