“Diz respeito um ponto específico da reforma, mexe no nosso direito à aposentadoria especial, destinada a exposição dos agentes biológicos, químicos e físicos. No nosso caso, seria um adicional de insalubridade. Na mudança, aposentadoria passa para 55 anos a idade mínima, independentemente do tempo em que o agente foi exposto”, protestou a vice-presidente do Cofen, Irene do Carmo Alves Ferreira, na Casa Legislativa.
A Reforma da Previdência do Brasil vem trazendo amplos debates na Casa Legislativa de Sergipe. Na manhã de hoje, 11 de abril, no Grande Expediente, o deputado Estadual, Moritos Matos, trouxe à baila uma palestra sobre “Reforma da Previdência, Terceirização e os Impactos junto aos Trabalhadores de Enfermagem”. Estudantes, representantes do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SE), entre outros convidados e interessados outros participaram do evento.
A manutenção da aposentadoria especial para a categoria de Enfermagem. Essa é a reivindicação que vem sendo feita pelo Conselho Federal de Enfermagem, o COFEN. De acordo com a vice-presidente do Cofen, em Sergipe, Irene do Carmo Alves Ferreira, a Reforma da Previdência em si é um tema deve ser da preocupação de toda a população. Mas, para a classe de Enfermagem do Brasil, segundo ela, problema vai além da Reforma geral. “Diz respeito um ponto específico da reforma, mexe no nosso direito à aposentadoria especial, destinada a exposição dos agentes biológicos, químicos e físicos. No nosso caso, seria um adicional de insalubridade. Na mudança, aposentadoria passa para 55 anos a idade mínima, independentemente do tempo em que o agente foi exposto”, protestou.
Segundo a vice-presidente, antes da proposta da reforma, o tempo de aposentadoria da classe era de 25 anos. Ou seja, o tempo parece pequeno, mas a gravidade da exposição é maior que o tempo de serviço, segundo defende. “ Em média, o profissional de enfermagem, de nível médio, está ingressando no mercado de trabalho entre 18 a 19 anos. E se for Enfermeiro, entre 25 e 24 anos, seria comum aos 50 anos aposentar-se. Só que se consideramos a exposição, muitos desses profissionais já se encontram doentes. Seria um tempo razoável, se não se levasse em consideração a exposição biológica. Mas agora, com essas questões, com as propostas da mudanças da previdência, esses profissionais irão trabalhar 10 anos à mais!”, protestou Irene Ferreira.
Ressaltou que o debate é válido, e que a reivindicação da classe está sendo feita em nível nacional. “O Conselho Nacional tem aconselhando que todos as Regionais façam esse debate in loco, para que conscientizem os profissionais dos seus Direitos que serão arrancados. Não há outra palavra, pois estão sendo arrancados mesmo. Não houve debate, e nem participação popular, simplesmente tramitou e os debates só ocorrem entre algumas categorias”, asseverou a vice-presidente do Cofen.
Uma só voz
Para finalizar, salientou que o número de Enfermeiros no Brasil chega a quase 2 milhões, registrados na base do Conselho Federal de Enfermagem. “ No Estado de Sergipe, somos quase 18 mil profissionais. Somos a segunda maior categoria de mão de obra de trabalho do Brasil, e a primeira categoria da Saúde”, salientou.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: Jadilson Simões