Por Habacuque Villacorte – Rede Alese
O deputado estadual Iran Barbosa (PT) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã dessa quinta-feira (1º), para externar sua preocupação com o cenário em que se encontra o País e o Estado de Sergipe. Ele fez uma projeção negativa para o futuro e lamentou a política de contingenciamento de recursos públicos feita pelo governo federal.
“Estamos todos apreensivos com a realidade nacional e estadual. E do jeito que as coisas estão se encaminhando, estamos indo para um cenário cada vez pior”, disse, destacando o decreto presidencial que essa semana bloqueou R$ 1,4 bilhão do Orçamento da União. “Vale lembrar que, em março passado, o bloqueio foi de R$ 30 bilhões. Isso impacta nas políticas estaduais e municipais. Isso atinge diretamente a Cultura e a Educação”.
Segundo Iran Barbosa, 25% do orçamento previsto para a Educação no Brasil já foi contingenciado. “O corte agora atinge nove Ministérios, mas o maior vai para a Cidadania e o segundo maior para a Educação. São as áreas mais atingidas. A lógica desses cortes anunciados em Março é que entre Maio e Junho foram liberadas as emendas parlamentares que serviram de moeda de troca para a votação da PEC que alterava os direitos previdenciários”.
O petista reforçou que os cortes atendem os anseios políticos envolvidos e que vivemos em um período de retrocesso. “Queremos que o Brasil persiga sua meta de soberania. No ParlaNordeste estas coisas precisam ser pautadas. Os governadores do Nordeste precisam buscar alternativas como esses consórcios”.
Iran reconheceu que a situação do Estado de Sergipe é muito difícil e defendeu que “não podemos ver a nossa política alinhada a esse modelo de desmonte dos direitos dos trabalhadores e das políticas públicas. O governo de Sergipe não vai encontrar respostas se ficar em uma linha de subalternidade à política nacional. Tem que existir o diálogo, o presidente ataca a Constituição, mas o governador tem que dar as respostas necessárias diante deste cenário difícil”.
Por fim, Iran Barbosa disse que a classe trabalhadora resiste e que nem tudo está perdido. “Os trabalhadores em Sergipe estão se organizando para a resistência, com diálogo, conversando com a população, com os deputados federais e estaduais, vereadores. Frentes populares, centrais sindicais e movimentos sociais já iniciaram uma agenda que se estende até o dia 13, quando teremos um grande movimento de protesto. Quero dizer que o povo brasileiro não se curvou e haverá resistência”.Foto: Jadílson Simões