Por Assessoria
Por causa do crescente número de casos de contaminação e mortes causadas pelo coronavírus em Sergipe, o deputado estadual Francisco Gualberto (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa está sugerindo medidas duras para conter o avanço da doença. “Não adianta querer tratar a natureza de forma normal, quando há anormalidade. Não dá para pensar num rio que está seco, como se ele estivesse cheio. Não dá para pensar num inverno, como se fosse o verão. E não dá para pensar na vida alterada da humanidade, como se nada estivesse acontecendo”, disse.
O deputado Gualberto sugeriu ao Comitê Científico que trata da covid-19 junto ao governo do Estado de Sergipe, três pontos. Primeiro: que o Comitê Científico possa indicar imediatamente para o governador um lockdow temporário. “Fechar por 15 dias todos os serviços não essenciais. Um representante do comitê me garantiu que, para o bem ou para o mal, o que acontece hoje na pandemia reflete 15 dias depois. Se fechar por 15 dias os serviços não essenciais, 15 dias depois teremos uma diminuição do contágio e consequentemente das mortes. Se não for feito nada e continuar existindo as aglomerações, 15 dias depois teremos aumento de contaminação, de internação e de mortes. Essa é a análise mais clássica de todos os especialistas no mundo”, frisou.
No seu pronunciamento, Gualberto enfatizou que muitas cidades do Brasil já adotaram o lockdow, mesmo que temporariamente, para diminuir o crescimento dessa doença no país. “Outros países aumentaram a vacinação e as restrições, justamente para controlar o avanço da doença”, completou, insistindo na tese do fechamento temporário do comércio. “Sob pena de não adiantar abrir novos leitos de hospital. Mas é preciso unificar as ações: abrir leitos e trabalhar para diminuir a contaminação e a mortalidade. Não é concebível neste momento as pessoas estarem fazendo as contas do seu faturamento nos negócios, como faziam antes. Essa matemática entre a vida e a economia não casa”.
Segunda sugestão: “Se o cenário não for de lockdow, sugiro que pelo menos haja uma mudança de horários no funcionamento do comércio. Que os shoppings só abram às 11h, que o comércio central só abra às 9h, e que o setor de indústria e serviço só abra às 8h, isso porque estamos assistindo a impossibilidade de distanciamento social no transporte coletivo. De 5h às 8h da manhã, principalmente, é muita gente soprando um no ouvido do outro dentro do ônibus. É preciso haver alguma medida mais concreta para evitar isso”, afirma o deputado.
Para justificar sua terceira sugestão, Gualberto revelou que pediu a um assessor que filmasse o movimento de pessoas em algumas lojas comerciais no centro de Aracaju e nos shoppings para averiguar a situação. “As imagens deixam claro que não existe protocolo coisa nenhuma. Tenho imagens de lojas de calçados, de tecidos, e de variedades. Não tem essa história de quantidade de pessoas, isso é papo furado. Do ponto de visto da prática, esses protocolos não são verdadeiros”, garante o parlamentar. “Portanto, se o comércio prosseguir aberto, que seja acompanhado de medidas básicas para fiscalizar. A loja que estiver superlotada, ou que aceita a pessoa sem máscara, contribuindo para a disseminação do vírus, será punida. Se for preciso a gente altera a legislação e determina o fechamento imediato”, disse, lembrando que existe uma lei estadual obrigando o uso da máscara e ninguém foi multado até então.
Até ontem, dia 10, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através de seu boletim epidemiológico do coronavírus, registrava que 157.088 pessoas já testaram positivo para a Covid-19 e 3.057 morreram em Sergipe. Também ontem foram confirmados 597 novos casos e 14 mortes que estavam em investigação. Até o momento, 145.647 pacientes foram curados em Sergipe.