Por Habacuque Villacorte
O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) participou de mais uma Sessão Extraordinária Remota da Assembleia Legislativa, na manhã dessa quinta-feira (15), para fazer uma defesa pública da Alese, enquanto instituição, diante dos recentes ataques que recebeu de outro parlamentar em entrevista concedida à imprensa local. Os deputados Luciano Bispo (MDB) e Iran Barbosa (PT) se somaram ao posicionamento de Gualberto.
O petista explicou que tomou conhecimento de ataques proferidos questionando a eficiência e atual papel da Assembleia Legislativa e disse que tinha que ficar contra qualquer tipo de declaração que venha para tentar diminuir o parlamento. “No nosso ambiente de trabalho, da Alese, há espaços para o empresário e para o operário, para o negro e o branco, independente de opção sexual”.
“Vivemos em uma Casa Plural e eu não consigo ficar calado vendo alguém atacando a Assembleia talvez por uma necessidade de querer aparecer. Quem o faz promove um desserviço com o povo de Sergipe. Porque tenta esconder suas limitações. Pedi para minha assessoria fazer um levantamento, e a nossa Alese está entre as melhores Assembleias do país, como uma das mais competentes e dedicadas”, completou o petista.
Gualberto citou a ação em conjunta dos deputados estaduais que doaram suas emendas individuais no Orçamento do Estado de 2020 para ajudar no combate à covid-19. “São recursos que poderiam servir à Saúde dos municípios, para a reforma de escolas ou para políticas de assistência, mas liberamos as emendas para que o governador pudesse ajudar o povo sergipano a enfrentar aquele momento difícil”.
Em seguida o deputado citou alguns projetos de sua autoria, aprovados pelos colegas, que para ele são de iniciativa da Alese. “A Assembleia é o grande barco que faz navegar as ações de cada um dos deputados. Eu tenho orgulho de ter aquele meu projeto aprovado, mas temos que enaltecer a Casa. O Poder acaba de entregar o Plano de Desenvolvimento ao Executivo, algo que vai nortear o futuro das próximas gerações, que vai servir ao governo atual e aos próximos que vierem, e quem fez foi a Assembleia”.
Por fim, Gualberto disse que vai buscar disputar um mandato eletivo para cargo superior no próximo ano, mas que não deixará de reconhecer a base que construiu na Alese. “Quero lutar contra a miséria, a fome, o desemprego, as privatizações e outras bandeiras nacionais, além de questões que tragam desenvolvimento para Sergipe, mas não posso negar as contribuições que tive dos movimentos sindicais, da CUT, da Câmara de Vereadores e desta Casa”, disse, enaltecendo ainda alguns feitos do governo de Belivaldo Chagas (PSD).
Luciano Bispo
Após ouvir atentamente o discurso de Gualberto, o presidente Luciano Bispo também defendeu o parlamento dizendo que “eu fico muito triste quando vejo um colega parlamentar falando mal da Casa que ele faz parte e representa. As pessoas precisam entender que nós somos Legislativo e não Executivo. Eu tenho orgulho de ser deputado, de presidir esta Casa e dos colegas que tenho aqui. Discordo de quem questiona a nossa competência porque nós trabalhamos muito e fazemos jus aos nossos salários. Venho do Executivo, mas tenho essa consciência”.
Iran Barbosa
Outro parlamentar que se manifestou ao lado dos parlamentos foi o deputado Iran Barbosa. Ele reconhece e aponta falhas, inclusive na Alese, mas entende que a Casa representa a expressão mais contundente do que é a democracia, embora entenda que no Brasil, historicamente, nós temos mais períodos de exceção do que propriamente democráticos.
Por fim, Iran Barbosa aproveitou o ensejo para fazer um apelo a todos os deputados, de situação e de oposição. “Acho que nós todos temos que assumir o compromisso de tentar estabelecer o diálogo com o Executivo em relação ao nosso funcionalismo público. Acho que chegou a hora! São sete anos sem alternativas para os problemas que hoje não são apenas financeiros. Existem distorções, o nosso presidente é um mediador nato e nós precisamos conversar porque muitos desses servidores estão sofrendo, já não suportam mais esta situação. São mais de sete anos sem uma Mesa de Negociação”.
Foto: Jadílson Simões