Por Assessoria Parlamentar
Em tempos de agravamento da pandemia do coronavirus no Brasil e vários outros locais do mundo, o deputado estadual Francisco Gualberto (PT) utilizou seu tempo na sessão desta quinta-feira (8), na Assembleia Legislativa de Sergipe, para fazer uma defesa da vida.
“Insisto nessa tese para que outras pessoas compreendam essa preocupação com a vida. Somente a vacina não irá mudar a realidade dos óbitos. O Brasil está virando um grande cemitério e as pessoas não se tocam sobre isso”, disse o deputado, apontando uma série de incoerências do governo federal na gestão do combate ao vírus.
Diariamente, Francisco Gualberto acompanha os noticiários do Brasil e do mundo sobre a expansão da doença, e por isso reforça sua crença nas recomendações dos cientistas, infectooogistas e das pessoas que estão na linha de frente do combate ao vírus. Nesse sentido, o deputado voltou a defender medidas mais restritivas no estado de Sergipe, como o fechamento da economia por 15 dias.
“Muitos países estão obtendo sucesso no combate à propagação do vírus. E a receita é a combinação de um aceleramento das vacinas na população, com a intensificação das medidas de distanciamento social. Isso resulta na queda de casos de contaminação e principalmente de óbitos”, alega Gualberto, citando exemplos bem sucedidos em países como Nova Zelândia, Israel, Itália, Portugal, Espanha, Marrocos, Reino Unido e até mesmo os Estados Unidos da América após a queda do negacionista Donald Trump.
O deputado utiliza vários argumentos sensatos para defender medidas de distanciamento social mais restritivas em Sergipe por 15 dias. No Estado, até ontem, 3.829 pessoas haviam perdido a vida por conta do Covid-19. “A combinação de vacina e afastamento social é uma saída para diminuição dos casos. Dos 109 países do mundo que registram a doença, 37% das mortes são no Brasil. E para algumas pessoas isso parece que não significa nada. Pouca gente quer falar sobre isso”, cobra o parlamentar. “O mundo não vale nada sem vidas humanas. Não adianta possuir muitos bens materiais, objetos de luxo, sem vida. Nós precisamos existir para que o mundo passe a ter sentido existencial neste ambiente que chamamos de Terra”, disse Gualberto.
O deputado critica com veemência as pessoas que só pensam no lucro econômico e não valorizam a vida. Diz também que os negacionistas e bolsonaristas alimentam o instinto da morte. “Vejam a incoerência: para comemorar o Carnaval, todo mundo aceita que as pessoas passem cinco dias na folia, sem trabalhar, e nenhum empresário reclama. Mas para tentar diminuir o número de mortes pelo Covid-19, ninguém aceita o fechamento do comércio, principalmente os bolsonaristas e os dissimulados. A meu ver temos um psicopata na Presidência da República que não demonstra reação alguma diante de 340 mil mortes no país, e ainda conta com o apoio dos seus seguidores”, afirma o deputado.
Por fim, Francisco Gualberto disse que no Brasil atualmente vários setores públicos e privados mantêm o trabalho à distância, online, sem prejuízo algum ao andamento dos trabalhos. Citou órgãos como Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos e outros, mas sem direcionar suas críticas a ninguém. “No entanto, num determinado setor, os que estão frequentando presencialmente mostram sua posição de aliados do vírus, não respeitam a vida de ninguém. São pessoas que não precisam estar nesses ambientes, mas acham que assim aparecem mais para o público. Fico indignado com determinadas posturas, pois são potenciais genocidas. É preciso que a gente veja onde está acontecendo isso”, queixou-se Gualberto.
“Sem o outro ser humano, o mundo é uma cumbuca vazia. E essas pessoas negacionistas, ao contrário dos semi-deuses, são semi-cão, fazendo uma relação entre o bem e o mal. Hoje o Brasil é a preocupação do mundo. Nem a própria OMS tem perspectivas a respeito do que vai acontecer com o Brasil nesta pandemia. Isso porque não temos uma ação coordenada no combate ao vírus”.
Após o discurso de Francisco Gualberto, mesmo não citando nomes, dois deputados da Alese vestiram a carapuça e criticaram a posição do petista. Um deles, que frequenta normalmente as sessões presenciais da Alese, chegou a dizer que se sente mais seguro contra o coronavirus no plenário da Assembleia do que em sua própria casa.