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Gilson Andrade lamenta a situação de abandono das escolas estaduais

O deputado Gilson Andrade (PTC) utilizou a tribuna no grande expediente desta terça-feira, 11, para falar e também apresentar um vídeo com imagens sobre a lamentável situação de abandono das escolas estaduais nos municípios de Arauá, Tomar do Geru, Cristinápolis, Pedrinhas e Indiaroba, visitadas por ele em meados de julho quando estava de recesso parlamentar.

Advindo da escola pública, o parlamentar falou um pouco da sua trajetória escolar fazendo uma comparação do ensino público naquela época com o dos dias atuais. “Sou oriundo da escola pública e estudei até a 4ª serie com a minha mãe. Quando passei para o 5º ano fui estudar em Itabaiana no Colégio Murilo Braga, que naquela época era referência não só para aquele município, mas também para toda a região, pois mesmo os filhos daqueles que tinham condição financeira boa saim das escolas particulares para ingressarem a partir da 5ª série no Murilo Braga. Então eu, filho de um trabalhar rural e de uma professora primária estudei com filhos de advogados, médicos, comerciantes e empresários numa escola pública onde a qualidade no ensino ofertado era muito melhor que nas particulares”, expressou, lamentando ao constatar a inversão deste quadro quando visitou praticamente todas as escolas da região sul de Sergipe e encontrou diversos problemas e dificuldades enfrentadas pelos alunos e professores.

Gilson Andrade comentou que o Colégio Estadual Senador Walter Franco, em Estância, nos anos 80 e 90 tinha em média 1.700 alunos e hoje estão matriculados aproximadamente 700 alunos. O Colégio Estadual Manuel Bonfim, em Arauá, embora tenha recebido indicação de sua autoria na legislatura passada e também na atual para a reforma, a estrutura do prédio precisa de uma reforma urgente em sua estrutura. Também esteve na Escola Estadual Dom. José Vicente Távora e no Colégio Estadual Professor Pedro de Balbino, na cidade de Tomar do Geru, onde constatou uma situação deplorável, assim como no Colégio Estadual Leonardo Gomes de Carvalho Leite, em Cristinápolis e outras escolas nos municípios de Indiaroba e Umbaúba. O quesito segurança foi outro problema agravante observado, assim como o transporte escolar, pois em alguns municípios o Governo fez convênio e em outros não, pois o Estado oferece o transporte, mas tanto em um como em outro a situação é ruim porque segundo esses alunos, não se tem a quantidade suficiente de transporte e também o período não coincide com as aulas estadual e municipal.

“Estive inloco e encontramos escolas imundas com o mato tomando conta. Conversei com alunos, diretores das escolas que estavam desmotivados. Também estive com o diretor da DRE-1,Wellington Almeida e até com o secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho, que confirmaram a falta de professores em algumas escolas públicas estaduais. Estamos no segundo semestre do ano letivo e encontramos escolas sem professor de matemática, física, artes, espanhol e português. E aí, qual é o pai ou mãe de família que vai colocar seu filho na escola pública sabendo que não tem professor em todas as disciplinas”, questionou. Com relação a merenda escolar o deputado verificou que tem escolas onde a merenda chega de forma precária e em outras, não tem merendeira ou as que tem são cedidas pelo município. De acordo com relato de alunos do Colégio Estadual Gumercindo Bessa, em Estância, o cardápio se restringe a suco de caju com broa, e na Escola Estadual Constâncio Vieira falta merenda constantemente.

“A situação mais grave que pude ver foi no Colégio Estadual Manuel Bonfim, em Arauá, que está com a estrutura totalmente destruída com um aspecto feio, sujo, carteiras quebradas, assim como vasos sanitários e pias e banheiros sem porta, inclusive, o banheiro feminino sem portas. E em Cristinápolis, no Colégio Estadual Leonardo Gomes de Carvalho Leite encontrei uma sala de informática com mais de 20 computadores que há 5 anos nunca funcionaram e livros do ensino fundamental espalhados pelo chão, e diga-se de passagem, numa escola de ensino médio. Então, são essas e outras demandas que nós vivenciamos, lamentamos profundamente e temos que trazer para esta Casa para que possamos mostrar a triste realidade que os nossos alunos enfrentam no dia-a-dia”, enfatizou.

Aparte

O deputado Antônio dos Santos (PSC) fez aparte ao pronunciamento, parabenizando-o pela pesquisa, visitas e levantamento e ao mesmo tempo lamentou que educação não tenha sido prioridade nas gestões que vão a chegar a 16 anos seguidos do mesmo projeto em ação. “A estrutura física das escolas e a própria atuação dos gestores está mostrando que não existe. É o mesmo que colocar aqui não tem educação”, salientou.

Fonte: Ascom Parlamentar Dep. Gilson Andrade (Autimira Menezes)

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