Por Habacuque Villacorte

Em mais uma ação dentro da extensa programação da Campanha Outubro Rosa da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Sergipe, em parceria com a Diretoria de Comunicação, na noite dessa terça-feira (13), foi realizado o Fórum on-line sobre Estratégias para a Prevenção e Detecção Precoce do Câncer na Mulher.

A médica mastologista Paula Cristina Saab mediou um amplo debate entre a também mastologista Fabiana Baroni Alves Makdissi, a nutricionista oncológica Patrícia Arraes e a médica ginecologista Carmem Luiza Leite. As debatedoras avaliaram como muito positiva a oportunidade para trocarem ideias sobre os cuidados necessários com as mulheres.

Debate foi amplo e bastante produtivo

Fabiana Baroni lembrou que o Brasil não tem os piores índices sobre o Câncer de Mama, mas está bem distante de ser positivo. “Por ano são 43 mil novos casos de câncer, a população está envelhecendo e, como se trata de uma doença degenerativa, são maiores os riscos dela se desenvolver”.

Ainda segundo ela, a sensação é igual a um “Maracanã lotado de mulheres com o diagnóstico”. “Nos Países mais desenvolvidos, os diagnósticos são crescentes, mas sobre a mortalidade são pequenos. Aqui no Brasil tanto o número de casos como de mortes são altos”.

Fabiana explicou ainda que câncer de colo do útero ainda tem a vacina, mas que há a dificuldade de orientar os pais, de que as meninas precisam ser orientadas desde muito cedo. Ela alertou para os riscos aumentarem em casos de obesidade e sedentarismo.  “No caso do câncer de mama tem a questão da hereditariedade. Não existem fórmulas milagrosas. A prevenção se dá com boa alimentação e estímulo para atividade física, cuidando da própria saúde”.

Carmem Luiza

Por sua vez, a ginecologista Carmem Luiza explica que a grande diferença do câncer do colo e do câncer de mama é que o primeiro pode ser prevenido, com o exame Papanicolau e a vacina, o segundo é fator genético. Ela entende como fundamental que os pais vacinem seus filhos e façam os exames anualmente.

Durante o debate pesou também a importância do autoexame como rastreamento do câncer de mama, ressaltando que a mulher necessita sim conhecer o seu próprio corpo a qualquer idade e, quando perceber qualquer alteração na mama, deve servir de alerta para procurar uma consulta médica.

“A importância desta Campanha Outubro Rosa é porque o câncer de mama ainda é o maior fator de mortes, mas o câncer do colo do útero também é grave, está na terceira posição. Ele é mais silencioso e é preciso fazer um rastreio, acompanhar as meninas com HPV. Tem que verificar se apresentam lesões, secreções com odor ou sangramento durante relações sexuais e perca de peso. O fundamental é que procurem logo um ginecologista”, comentou Carmem Luiza.

Patrícia Arraes

Por sua vez, a nutricionista oncológica Patrícia Arraes participou do debate sobre a necessidade de se garantir que haja, junto à sociedade, a assimilação da informação. Ela valorizou a vacina para o câncer do colo do útero e valorizou uma alimentação saudável com frutas, legumes, verduras e cereais integrais.

Ela ressaltou que a obesidade e a falta de atividades físicas são sim fatores de risco para a evolução de câncer feminino. “Eles podem ser evitados com boa alimentação, com exercícios físicos, mas também com a prevenção e detecção precoce. É preciso comer menos códigos de barras e comer mais frutas, verduras e legumes. Infelizmente, até pelas condições financeiras, os brasileiros são condicionados a consumir muito carboidrato”.  

Goretti Reis

Por fim, a deputada estadual Goretti Reis (PSD), Procuradora da Mulher da Alese, agradeceu a participação das convidadas no Fórum e exaltou o sucesso da iniciativa. “Estou muito feliz com o sucesso desse Fórum. Quero agradecer às nossas convidadas na pessoa da mastologista Paula Cristina Saab, que mediou muito bem esse debate excelente e qualificado”.

“Elas enriqueceram ainda mais a discussão sobre o tema, enfatizando cada vez mais a necessidade da prevenção e detecção precoce dos casos de câncer, até para se garantir o tratamento adequado, sem deixar de valorizar a boa alimentação combinada com a atividade física”, completou Goretti Reis.

Foto: Joel Luiz