Atendendo a uma indicação da deputada estadual Goretti Reis (PMDB), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher, a Assembleia Legislativa promoveu na tarde dessa quarta-feira (26), um amplo debate cujo tema foi o “Acesso a tratamentos para o câncer de mama metastático no SUS: o que mudou?”. A discussão ocorreu justamente dois anos depois da Associação dos Amigos da Oncologia (AMO) e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde de Mama (Femama) terem realizado esse mesmo debate pela primeira vez em Sergipe.
Idealizadora do debate, a deputada Goretti Reis festejou a participação dos especialistas, pacientes e das entidades no evento. “A gente agradece sempre a participação e a presença de todos que participaram e apresentaram propostas e encaminhamentos. A nossa principal luta é pela garantia do acesso à radioterapia, à quimioterapia, ao tratamento adequado. Acho que mesmo devagar, temos que celebrar alguns avanços”, pontuou.
Em seguida, a deputada reconheceu que é preciso cobrar dos gestores da Saúde mais eficiência na prestação dos serviços. “É preciso ter um olhar especial para esta política no Estado. Quanto mais se interrompe o tratamento, seja pela omissão do medicamento ou pelos equipamentos que se quebram dentro do sistema, só vai se agravar o quadro e levar à metástase. Queremos identificar esse câncer de uma maneira precoce e procurar trata-lo com continuidade”.
Goretti chamou a atenção para mais uma quebra da máquina de radioterapia do Hospital Cirurgia. “São 46 pacientes que, neste momento, estão com seus atendimentos interrompidos e, dentro da estrutura do Huse, a gente sabe que não comporta para migrar. O risco der ter uma metástase é muito grande”.
Para a parlamentar, passados dois anos, há o que se comemorar. “Se a gente for olhar com o hospital do Câncer, por exemplo, que é uma realidade, com a ordem de serviço já assinada e com a garantia dos recursos. Tem ainda o acelerador linear para o Huse, para melhorar os serviços lá dentro e garantindo a continuidade de assistência. Lá a gente tem notado que o aparelho tem quebrado menos. Apesar de ter recursos, o Hospital Cirurgia ainda não tem esse equipamento”.
Entretanto, Goretti Reis avaliou que ainda existem deficiências porque as filas prosseguem nos hospitais. “Houve uma redução. A fila que variava de 400 a 500 pacientes, agora são 210 aproximadamente. Teve convênio com a Bahia, com Arapiraca (AL). De certa forma se pressionou o governo a buscar caminhos alternativos. Mas ainda existem deficiências e ficar um dia na fila esperando é angustiante para os pacientes e seus familiares.
Por fim, Goretti Reis avaliou que o Hospital do Câncer faz muita falta em Sergipe. “Não tenha dúvida disso! Com a estrutura que está proposta no projeto, com a ampliação dos serviços a gente sabe que terá mais possibilidade de, em um único centro, o paciente resolver todas as suas demandas, desde o diagnóstico até o tratamento”.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: César de Oliveira