Por Júnior Matos/ Agência de Notícias Alese
Nesta terça-feira (14) é o Dia Nacional da Alfabetização. A data foi criada em 1966, no dia em que o Ministério da Educação foi fundado: 14 de novembro de 1930. Essa data ressalta a importância da alfabetização.
A data que foi escolhida para celebrar o Dia Nacional da Alfabetização leva em consideração o Decreto nº 19.402, estabelecido no governo provisório de Getúlio Vargas. A deliberação, à época, estabeleceu a criação do Ministério dos Negócios da Educação e da Saúde Pública.
A alfabetização é um direito fundamental de todo indivíduo, além de permitir que as pessoas possam desenvolver-se cognitivamente, conquistando sua própria autonomia. “Ao falarmos em alfabetizar crianças e adultos no Brasil, podemos nos referir a práticas diversas de ensino da leitura e da escrita, desde aquelas vinculadas ao ensino de letras, sílabas e palavras com base em métodos sintéticos ou analíticos e que usam textos cartilhados, até as que buscam inserir os alunos em práticas sociais de leitura e escrita”, explica a diretora da Assessoria de Colaboração e Assistência aos Municípios – da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) Andrea Dantas.
A alfabetização é uma das etapas cruciais para o desenvolvimento cognitivo de uma pessoa, dando-lhe meios para garantir seu desenvolvimento intelectual e pessoal. Na década de 1980, as práticas de alfabetização baseadas em métodos sintéticos e analíticos que culminavam na retenção, na 1ª série, de uma grande parcela da população que frequentava as redes públicas de ensino. A partir de novas metodologias de ensino foi possível perceber que escrita alfabética não era um código, o qual se aprenderia a partir de atividades de repetição e memorização.
“Com a difusão dos trabalhos da Psicogênese da Língua Escrita, vimos nascer um forte discurso contrário ao uso dos tradicionais métodos de alfabetização e a defesa de uma prática que tomasse por base a teoria psicogenética de aprendizagem da escrita. Pregava-se a necessidade de possibilitar que as crianças se apropriassem do Sistema de Escrita Alfabética a partir da interação com diferentes textos escritos em atividades significativas de leitura e produção de textos, desde a Educação Infantil”, pontuou a diretora.
De acordo com o resultado da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) realizada em 2016, em Sergipe, 80% dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental têm nível de leitura, escrita e Matemática considerado insuficientes. Em 2019 os resultados da Avaliação de Fluência confirmou que os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental, não possuem o processo de aquisição de leitura consolidado.
Alfabetizar Pra Valer
Em 2019, foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) a LEI Nº. 8.597/2019 que instituiu em Sergipe Programa Alfabetizar pra Valer. A ação que teve adesão dos 75 municípios sergipanos visa alfabetizar 100% dos estudantes sergipanos na idade certa (até os 7 anos de idade).
“ O Programa busca garantir a melhoria do atendimento escolar aos estudantes do último ano da Educação Infantil e do ciclo de alfabetização (1º e 2º anos do Ensino Fundamental), bem como, contribuir para elevar o nível de proficiência em leitura e escrita, evitando a distorção idade/série, o abandono e a evasão permitindo assim a progressão escolar
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento de referência quanto aos direitos e objetivos de aprendizagem de todo o ensino fundamental, e o Currículo de Sergipe preveem que o foco da ação pedagógica nos primeiros dois anos do ensino fundamental deve ser a consolidação do processo de alfabetização. Embora as crianças participem de diferentes práticas de letramento na Educação Infantil e em contextos externos à instituição escolar, é no 2º ano do ensino fundamental que se espera que elas sejam alfabetizadas.
“Uma importante estratégia de aprimoramento, análise e reflexão para garantir a melhoria nos índices de desempenho educacional, é a formação continuada dos atores envolvidos no processo, essencial para efetivação de práticas alfabetizadoras conscientes e o planejamento no Ensino Fundamental, alicerçado no Currículo Sergipano com o apoio do material didático complementar que é disponibilizado por meio do Programa”, finalizou diretora da Assessoria de Colaboração e Assistência aos Municípios – da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) Andrea Dantas.
Foto de Capa: Eugênio Barreto/ Seed Sergipe