Por Wênia Bandeira
Neste 15 de outubro, é comemorado o Dia do Professor. A data foi instituída pela Lei Nº 145, de 12 de outubro de 1948, e foi de autoria da deputada estadual por Santa Catarina, Antonieta de Barros (1901-1952). Em outubro de 1963, o presidente João Goulart tornou a lei nacional.
Filha de ex-escravos, Antonieta foi a primeira mulher negra a ser eleita para uma Assembleia Legislativa no país e acreditava que a educação era o caminho para o futuro. A sua primeira eleição aconteceu em 1934, apenas dois anos depois do direito ao voto ser garantido para as mulheres brasileiras.
A sua mãe, Catarina Waltrick, passou a ser lavadeira após ser liberta pela lei da Abolição da Escravidão. Os patrões de Catarina deram a oportunidade para Antonieta estudar e, em 1917, ingressar na Escola Normal Catarinense, que a tornou professora.
“Educar é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes; é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços; é transportar as almas que o Senhor nos confiar à força insuperável da Fé”, declarou a deputada em discurso no Congresso.
Antonieta ainda se tornou jornalista e passou a escrever para periódicos do estado. Ela criticou as oportunidades dadas às mulheres da época, que não tinham acesso ao ensino superior, por exemplo.
“Há uma grande lacuna na matéria de ensino: a falta dum ginásio onde a mulher possa conquistar os preparatórios para ingressar no ensino superior. O elemento feminino vê, assim, fechados diante de si, todos os grandes horizontes”, afirmou em um artigo publicado no Jornal República, em 1932.
Foto: Prefeitura de Aracaju