Por Habacuque Villacorte – Rede Alese
Os deputados estaduais que participaram da palestra com representantes da Fundação Dom Cabral sobre o Plano de Desenvolvimento Estadual Sustentável 2020 fizeram uma avaliação positiva da iniciativa do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Luciano Bispo (MDB), dando uma contribuição técnica com informações sobre o estado de Sergipe que serão apresentadas, em caráter propositivo, ao Poder Executivo no final do semestre.
O deputado estadual Zezinho Guimarães (MDB) avaliou o trabalho apresentado até agora como muito bem feito, inclusive aprovando o diagnóstico da Fundação Dom Cabral que, segundo ele, está dentro da realidade que já vinha sendo defendida desde meados de 2010. “Foi um diagnóstico perfeito, mostrando que a gente estava entrando em um buraco negro, sendo puxado. Hoje somos os últimos da região Nordeste, se olhar a receita corrente líquida. Estamos na contramão do Brasil inteiro, enquanto a gente desce o país sobe”.
Zezinho acrescentou que o principal produto de exportação de Sergipe é o suco de laranja, mas que não existe uma política que esteja sendo trabalhada. O deputado cobrou foco porque a citricultura está cada vez mais decadente. “O setor público como indutor está descendo e isso nos preocupa. Este relatório traz um retrato muito bom e é preciso ter coragem de projetar o futuro. A dependência do setor público é gigantesca, está acima da média do Brasil e os nossos ‘timoneiros’ precisam se conscientizar que, se não puxar para cima, vamos ficar no mesmo lugar”.
Por fim Zezinho disse que tanto o planejamento quanto o retrato que foi apresentado hoje são importantes, mas o deputado ressaltou que “agora as pessoas precisam entender o recado. Perdemos capacidade no setor público de investimentos! O turismo precisa mudar, precisa se profissionalizar, caso contrário vai ser disso para pior”.
Georgeo Passos
Outro parlamentar que se manifestou sobre a exposição dos técnicos da Fundação Dom Cabral foi o deputado Georgeo Passos. Ele disse que os dados são positivos porque na Alese a oposição fica muito segmentada e que a exposição tratou a realidade de uma forma mais ampla. “O problema é grave e isso ficou evidente. Lembrando que os professores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) já haviam constatado que se tratava da década perdida. Essa é a realidade que não temos como esconder”.
O deputado defendeu que os gestores, ao terem acesso a esses dados, que procurem alinhar os planejamentos em execução para que um dia Sergipe possa ser modelo e referência para o Brasil. “Nós temos potencialidades, temos o gás e o turismo. Hoje os investimentos só acontecem via empréstimo ou governo federal. De recursos próprios não passam de 1% a 2% da receita. O impacto disso foi mostrado aí com a situação das nossas rodovias. As pessoas começam a pegar outra rota para investirem. Ficamos esquecidos. Para atravessar de Propriá a Cristinápolis é uma complicação”.
Georgeo Passos concluiu defendendo mais compromisso por parte dos gestores, lembrando que o funcionalismo está há sete anos sem reajuste e sem a recomposição da inflação; são várias prefeituras acima do limite da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). “O governo está no limite, mas se colocar a Previdência estoura também! Temos um peso com o déficit previdenciário, mas a gente espera que voltemos a respirar e não podemos perder as oportunidades. Sergipe tem que estar preparado para essa questão do gás, dos poços de petróleo. São recursos finitos. Vamos aguardar a conclusão desse planejamento no meio do ano que poderá ajudar muito o estado de Sergipe”.
Fotos: Jadílson Simões