Trabalhadores do Movimento S.O.S Emprego acreditaram no Governo do Estado e nos representantes da Centrais Elétricas de Sergipe S.A – Celse – de que no início deste ano o que ficou estabelecido em contrato seria de fato posto em prática. Ou seja, que 85% de trabalhadores contratados pela Usina Termoelétrica, localizada no município de Barra dos Coqueiros, fossem sergipanos. Mas isso não aconteceu e os trabalhadores voltaram a procurar o deputado Moritos Matos e Georgeo Passos para solicitar uma reunião com o Governo. “Eles relataram que, em março, a empresa realizará diversas contratações, mas que são de trabalhadores de outros Estados. Os representantes do S.O.S Emprego querem um novo encontro com o vice-governador Belivaldo Chagas, que representa o governador Jackson Barreto, na comissão formada entre Governo, empresas, deputados e trabalhadores para solucionar esse impasse”, enfatiza o deputado Moritos Matos.
O parlamentar disse, durante discurso na segunda-feira, 26, durante o grande expediente na Assembleia Legislativa de Sergipe – Alese – que continuará a cobrar do Governo do Estado um posicionamento sobre a contratação de mão de obra local para essa importante obra. “Eles trouxeram alguns problemas, nos reunimos na Sala das Comissões justamente com o deputado Georgeo. Os trabalhadores do S.O.S reclamam que o que foi acordado entre Governo e empresa não foi cumprido”, lamenta Matos. Ele acrescenta que desde o início está na luta com o Movimento.
“Desde o ano passado eu e Georgeo acompanhamos o movimento na Barra dos Coqueiros e trouxemos para a Assembleia essa discussão. Fizemos uma audiência nessa Casa, lotamos as galerias de trabalhadores. Eles colocaram seus problemas as dificuldades de dialogo com o Governo, alguns deputados se somaram como foi o caso de Garibalde Mendonça, Capitão Samuel e Jairo de Glória. Depois dessa Audiência tivemos o deputado Garibalde solicitou do Governo uma reunião. O governador Jackson Barreto escutou os trabalhadores. Ficou definido que a partir de janeiro os trabalhadores sergipanos seriam contratados, mas estamos no final de fevereiro e nada. Um trabalhador me disse que no grupo de trabalho dele existe 32 pessoas e somente três são sergipanos. Ou seja, eles contratam um dois, três sergipanos para enganar a torcida, e quem está vindo de fora indicado pelas agências estão sendo contratados”, ressalta Moritos Matos.
De acordo com o deputado Matos, a contratação da mão de obra local é o mínimo que deve ser feito. “Deveriam contratar 85% dos trabalhadores sergipanos como uma maneira de reparar os danos ambientais que a termoelétrica vai causar para o nosso Estado, seria uma forma de compensação. Mas infelizmente isso não aconteceu. Não está acontecendo, por isso, eles voltaram a cobrar dos deputados que possamos exigir que o que ficou acertado a contratação dos sergipanos nas reuniões da comissão na frente do vice-governador e perante os deputados, os trabalhadores e as empresas. Já pedi uma nova reunião com Belivaldo Chagas e ele ficou de atender a esse pedido dos trabalhadores o mais rápido possível”, relata o parlamentar.
DISCRIMINADOS
As exigências das empresas para contratação da mão de obra local tem chamado a atenção dos trabalhadores. “Os trabalhadores do nosso Estado estão sendo discriminados quando é exigido que se façam uma prova. De acordo com os trabalhadores, isso vem sendo feito como uma maneira das empresas de desqualificarem a mão de obra local. Quando nós sabemos que o trabalhador sergipano está qualificado, que eles tem totais condições de atuar na área. Isso é comprovado em carteira”, enfatiza Moritos Matos.
E mais, ele expõe que muitos tem mais de dez anos de experiência. “Tem profissionais que já atuaram em outras construções e infelizmente quando fazem essa prova de alguma forma eles conseguem atrapalhar a vida dos sergipanos. Depois reclamam de alguns documentos, alegam que o título de eleitor deles está inelegível. Diversos tipos de dificuldades foram relatados pelo pessoal do S.O.S Emprego durante a reunião. É importante que se traga esse assunto para esta casa, porque tenho a preocupação de não deixar acontecer o que aconteceu em novembro quando eles foram para porta da termoelétrica e pararam as obras. Se eles fizerem isso estão no direito deles, porque ate o momento não se cumpriu o que foi acordado”, afirma Matos.
Foto: César de Oliveira
Por Assessoria Parlamentar