Por Assessoria Parlamentar
Nesta quarta-feira, 2 a deputada estadual, Maisa Mitidieri (PSD) deu início a uma série de lives intituladas “Setembro Amarelo – Vamos conversar sobre saúde mental”, por meio de suas redes sociais. Para a primeira live a convidada foi a Médica Psiquiatra, Dra. Ana Raquel e trouxe como tema principal: esgotamento psicológico dos profissionais da saúde diante da pandemia e suas consequências.
Pensando em levar informação e desmitificar o tema, a deputada iniciou a live fazendo um apanhado geral sobre o que é a campanha do Setembro Amarelo e relatou o que a motiva em contribuir nesse processo de combate e conscientização sobre saúde mental. A saúde mental sempre foi um grande estigma dentro da sociedade e isso sempre me chamou atenção. Hoje, como agente pública, poder realizar ações que possam ajudar na disseminação de informação em torno do tema me deixa muito feliz e esperançosa, pois acredito no poder do conhecimento para salvar vidas”, explica.
Pensar em cuidados para saúde mental dos profissionais que estão na linha de frente na área da saúde é um tema bastante debatido em toda a sociedade, levando em consideração todo o esgotamento psicológicos que essas pessoas vem sofrendo estando no combate a Covid-19. Questionada pela deputada Maisa, sobre o tema a Dra. Ana Raquel explicou que a aréa de profissionais da saúde já é comumente afetada por transtornos mentais, devido a natureza do trabalho.
“Nós trabalhamos com sofrimento humano, com escalas de plantão, em mais de um emprego e isso aumenta a carga de estresse, ou seja, tudo isso vai proporcionar um terreno mais fértil para o adoecimento mental. Nesse momento de pandemia, todo esse processo se intensificou, devido a diversos fatores, como: aumento da demanda de atendimentos, colegas de trabalho doentes causando sobrecarga, afastamento da família por medo de contágio. Tudo isso contribui diariamente para esse processo de adoecimento”, afirma.
Outro dado interessante que a Dra. Ana trouxe para a conversa foi que em Sergipe os maiores números de profissionais da saúde afastados devidos a transtornos mentais são mulheres. “A professora Débora Pimentel que tem um trabalho de longa data com o adoecimento mental, fez um levantamento com os atestados de afastamentos por depressão em Sergipe e o resultado encontrado foi que mulheres da área da enfermagem com mais de 20 anos de profissão são as mais afetadas com problemas mentais”, disse.
Um dos dados usados na campanha do Setembro Amarelo mostra que cerca de 96,8% dos casos de suicídio registrados no último ano tinham relação com transtornos mentais. Entre as doenças, a depressão ocupa o primeiro lugar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, atrás apenas de acidentes de trânsito. O relatório aponta ainda, que a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida sendo que 79% dos casos se concentram em países de baixa e média renda.
Falar sobre esse tema é, na verdade, abordar uma série de questões. Nesse quesito, a deputada ressalta a importância de debater sobre assunto de forma mais simples e acessível. “Nós temos que buscar meios de levar a maior quantidade de informação sobre os problemas que podem acarretar quando não estamos bem com nossa saúde mental. Acredito que essas atividades não devem se restringir apenas no mês de setembro, devemos seguir com esse trabalho cotidianamente”, afirma
De acordo com a Dra. Ana Raquel o medo de falar sobre problemas mentais e sofrer preconceito ainda é uma grande dificuldade para as pessoas afetadas. “Quanto mais espaços de diálogos como esse forem abertos, mais pessoas poderão ser alcançadas e a partir daí começarão a entender o quanto se faz indispensável o conhecimento para a desmistificação do assunto”, afirma.
Durante a live, muitas pessoas questionaram de quais formas é possível identificar de um adoecimento mental. A psiquiatra explicou que a observação é muito importante, “essa pandemia nos fez parar e observar as pessoas que estão à nossa volta e é dentro dessa observação que se torna possível perceber os sinais, que são cansaço extremo, falta de vontade de sair, de conversar, irritabilidade extrema, entre outros. Geralmente a pessoa que tem tendência suicida avisa, nós que muitas vezes não entendemos. Por isso a necessidade de informação”, relata.
Durante todo o mês de setembro, as redes sociais da deputada será voltada para informação sobre a prevenção ao suicídio. “Vale destacar que ninguém está sozinho, sua dor não é anônima, não é só você que está passando por isso. O sofrimento pode ser individual, mas juntos podemos criar uma rede de proteção, uma sociedade mais informada e acolhedora só depende de nós. Ninguém quer acabar com a própria vida e sim com o sofrimento”, conclui.
Procure ajuda!
As Unidades Básicas de Saúde têm equipes capacitadas e preparadas para receber e encaminhar qualquer pessoa que precise de ajuda, seja criança, jovem, adulto ou idoso. Há, ainda, o Centro de Valorização da Vida (CVV) que realiza atendimento voluntário e gratuito por chat, e-mail ou pelo telefone 188, além da Rede Conta Comigo com informações através do site www.contacomigo-se.com.br.