Tramita na Assembleia Legislativa e deve ser apreciada nesta quarta-feira (19), nas Comissões Temáticas e no plenário da Casa, uma Moção de autoria da deputada estadual Maria Mendonça (PSDB) ao presidente da Petrobras, Ivan de Souza Monteiro, no sentido de reavaliar a decisão atinente ao fechamento das duas fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafen), localizadas nos municípios de Camaçari, na Bahia, e Laranjeiras, em Sergipe.
Ao justificar sua moção, Maria Mendonça explicou que 95% da ureia produzida no País, especificamente para o uso pecuário, saem das fábricas de fertilizantes nitrogenados que estão sob o risco de terem suas atividades encerradas.
“Há mais de 30 anos os pecuaristas brasileiros usam o sal mineiro misturado com a ureia e essa fórmula utilizada para alimentar o gado, ajuda a melhorar os índices reprodutivos do rebanho e a elevar a produção de carne bovina. E os produtores recorrem a esse suplemento principalmente durante os meses de seca no centro-oeste brasileiro, quando a ureia é essencial para engordar o gado”, explicou a deputada.
Maria Mendonça explicou ainda que não apenas os pecuaristas, mas o consumidor final em geral sentirá os reflexos com o fechamento das fábricas por conta do aumento no preço da ureia. “O setor de fertilizantes sofrerá um impacto negativo diante do fechamento das fábricas. A importação de amônia e de ureia aumentará ainda mais o déficit na balança de intermediário para fertilizantes. Bastaram anunciar o risco de fechamento, logo os preços aumentaram em 12% para o Brasil, o que resultará em um aumento de preço em cadeia”.
A deputada sentenciou que a saída da Petrobras desse mercado obrigará os produtores de carne a importarem a ureia e os custos podem ficar 25% mais caros, aproximadamente. “Esse aumento será desencadeado até o consumidor. Outro problema é que esse segmento não tem a expertise de comprar importado e não possuem produtores internacionais que comercializem ureia pecuária, que é diferente da ureia utilizada na agricultura”, concluiu Maria Mendonça, apelando para o risco de 170 milhões de cabeças de gado não receberem o suplemento alimentar.
Por Habacuque Villacorte – Rede Alese