O deputado estadual Daniel Fortes (PEN) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para anunciar que seu mandato vai focar na luta contínua pelo combate ao consumo de drogas em Sergipe. O parlamentar acha que o tema deve ser amplamente discutido pela Casa, diz contar com o apoio dos demais colegas e que pretende recolocar em prática seu projeto de “unidade móvel” para percorrer o Estado buscando conscientizar as pessoas, sobretudo, os usuários. Daniel Fortes entende que faltam políticas públicas neste sentido no Estado.
Ao fazer uso da palavra, o deputado estadual avaliou como “maior flagelo da humanidade” no século atual a questão das drogas. Ele se lembrou do tempo em que exerceu o mandato de vereador de Aracaju e quando lutou muito neste sentido, inclusive apresentando proposituras. “Eu era uma voz apenas no deserto! Comprovadamente as autoridades policiais, de Sergipe e de todo o Brasil, detectaram estatísticas comprovando que a maioria dos crimes de latrocínio tem relação com o efeito das drogas nos autores”.
Daniel Fortes diz lamentar profundamente que as autoridades não se interessem por essas estatísticas, não priorizam esta questão. “A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disponibilizou R$ 4 milhões para o combate às drogas no Brasil, por Estados e Prefeituras. Era só apresentar o projeto quem desejasse participar. Eu vejo a necessidade, converso com as pessoas e questionava às autoridades. Soube que Sergipe ficou fora”.
O deputado disse que mesmo que o governo tenha conseguido apresentar algo, os “frutos” não chegaram ao Estado. “Os CAPs deveriam funcionar 24 horas e isso não acontece! Não temos em Aracaju uma unidade móvel para o atendimento, equipadas para levar prevenção. A única unidade móvel que eu vi era a minha, um ônibus que foi adaptado, com estrutura de vídeo, e que percorreu praças e ruas, da capital e do interior, levando uma mensagem educativa e promovendo cursos para os pais interessados em aprender como agir com seus filhos dependentes”.
Daniel Fortes explicou que suspendeu o projeto porque não recebeu ajuda financeira de ninguém e que acabou tendo prejuízo após um assalto. “Levaram alguns equipamentos e eu não tinha como continuar. Hoje o ônibus está servindo de oficina para consertar carros, mas poderia estar consertando vidas”, disse o deputado, lamentando como a questão das drogas é tratada com descaso. “Promovi um grande evento no Constâncio Vieira, com moradores de rua, que almoçaram e participaram de atividades. Um cidadão, maltrapilho, surpreendeu a todos no Coral, cantando que o milagre estava ali em sua vida. Ele conseguiu vencer e aquilo me emocionou muito”.
O parlamentar acrescentou que o grande problema das drogas não aparece nas estatísticas. “O maior sofrimento com o dependente químico é da família. Muitos pais são obrigados a ficarem reféns de bandidos e entregar quase todo o dinheiro para que seus filhos consumirem drogas. Muitos não têm nem mais dinheiro para comprar remédio e isso os órgãos públicos não acompanham. Alguns pais são espancados. Vou focar meu mandato tentando chamar a atenção das autoridades para esta questão, para que priorizem políticas públicas em relação ás drogas”.
Por fim, Daniel Fortes deu o “norte” do trabalho que deve ser desenvolvido pelo poder público. “Temos a prevenção, o combate e o tratamento! Não temos uma unidade pública para o tratamento e aí é preciso acionar a Justiça. Acaba ficando mais caro para o governo. Era necessária uma unidade ou fazer convênios com hospitais”.
“Especialistas dizem que este caminho não tem volta. Como Pastor, eu já vi alguns casos de recuperação e alerto para o peso da palavra de Deus. Ela entra no seu coração e promove uma transformação. Temos que fazer algo porque, daqui uns dias, nós teremos dificuldades de andar nas ruas. Quem não teve ou tem um parente ou ente querido vítima das drogas na família? O custo da prevenção é bem menor. Eu não vou desistir e com os recursos que terei, vou comprar um equipamento moderno de unidade móvel. É a minha forma de agradecer aqueles que confiaram em mim”.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: Jadílson Simões
