Em entrevista à TV Alese, o pesquisador da Emprapa, Sérgio Procópio, confirmou que segundo levantamentos e estudos feitos aqui no Nordeste, Sergipe já conseguiu junto ao Ministério da Agricultura o Zoneamento de Risco Climático e a Cultura da Soja está oficializada, ou seja, se o agricultor decidir plantar soja terá o financiamento e o seguro agrícola assegurado. Ele também destacou as condições climáticas de dois territórios no Estado.
Na entrevista, o pesquisador enfatizou que já é o quinto ano consecutivo que a Embrapa vem se dedicando a safra da soja. “Nós pesquisamos a melhor adubação, a melhor época para o plantio. Reunimos todas as informações dos anos de pesquisa e damos uma resposta à sociedade. Mostramos a viabilidade do cultivo e fazemos uma espécie de prestação de contas para o povo”.
Em seguida, Sérgio Procópio destacou que os resultados da produção são bons ao ponto da Embrapa produzir e encaminhar para o Ministério da Agricultura um relatório. “Temos uma área viável aqui em Sergipe para o cultivo da soja. Conseguimos o Zoneamento de Risco Climático e a Cultura da Soja está oficializada. Se o agricultor decidir plantar soja terá o financiamento e o seguro agrícola assegurado. Sem contar que o custo benefício tem sido muito bom”.
O pesquisador pontuou que a Cultura da Soja é hoje a mais plantada do Brasil. “São quase 34 milhões de hectares plantados, sem contar que a soja historicamente vem remunerando bem. Tem trazido retornos econômicos muito bons”, disse, destacando que a soja tem 20% de óleo na composição do grão e 40% de proteína. “A média nacional é 36% de proteína e aqui em Sergipe nós já atingimos 41%. A soja é muito usada na alimentação direta, humana, mas é ideal também para a alimentação animal, a bovinocultura do leite, de aves e suínos. A fonte proteica é o farelo de soja”.
Sérgio Procópio destacou também que, no primeiro momento, a Embrapa está focada em formatar e adaptar o sistema de produção. “Estamos capacitando os extensionistas, chamando a Emdagro, os consultores e técnicos para que sejam os multiplicadores e levem essa cultura para os agricultores. Temos também eventos como o Dia de Campo, sem contar que visitamos as propriedades”.
“Essa cultura da soja veio do Sul, invadiu o Centro-Oeste e agora está entrando em Sergipe. Ela não é tradicional por aqui ainda, mas é de extrema importância. As capacitações vão bem e como nosso Estado já é um bom produtor de milho, já que temos a maior produtividade por área do Nordeste, defendemos que quem já é um bom produtor de milho também será de soja”, acrescentou o pesquisador.
Por fim, Sérgio Procópio destacou as condições climáticas do nosso Estado. “Temos duas regiões importantes neste processo: a primeira no Agreste, na região que chamamos de ‘cinturão do milho’, como solos mais férteis e temperaturas noturnas mais baixas, que é muito bom para a soja. A outra região é a dos tabuleiros costeiros que tem mais chuvas. Essa amplitude é importante”.
“A região que se dedica a apenas um cultivo, fica vulnerável a pragas. O bom é diversificar com um ano no milho, outro na soja, outro no feijão. Isso quebra o ciclo de seleção das pragas. E a soja não veio para ser uma monocultura. A Embrapa está aberta e a disposição de todos para maiores esclarecimentos”, concluiu, dizendo que atende diretamente aos produtores.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: Jadílson Simões