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Ciganos celebram sua cultura em encontro na Elese

24/5/2022

Por Wênia Bandeira/Agência de Notícias Alese

Ter visibilidade em meio a sociedade brasileira. Esse é o objetivo do Dia Estadual da Etnia Cigana, em 24 de maio, instituído pela Lei Nº. 8.881/2021, de autoria do deputado Iran Barbosa (Psol). Nesta terça-feira, 27 representantes de todo o estado se reuniram na Primeira Coletânea Cultural do Povo Cigano de Sergipe, evento realizado na Escola do Legislativo (Elese), órgão da Assembleia Legislativa de Sergipe.

A coordenadora do Instituto Cigano do Brasil em Sergipe, Valda Souza, falou que o preconceito e a falta de políticas públicas dificultam a inclusão do povo cigano na sociedade.

“Os ciganos vivem de uma forma vulnerável porque a maioria vive de aluguel e não trabalha, então como se paga um aluguel se você não trabalha? As pessoas não querem pagar por essa cultura, quando a gente sai pra ler mão é para ganhar o dinheiro e suprir as necessidades, mas as pessoas quando veem cigano pensa que todo cigano é ruim, é ladrão”, disse.

Ela explicou que este tipo de pensamento tem origem décadas atrás quando os ciganos passavam fome e saqueavam para ter o que comer. Essa necessidade, segundo a coordenadora, está mudando.

“A gente já está no avanço, que é ter a nossa comida na mesa, ter a nossa cultura respeitada. Com essa lei vigorando, eu tenho certeza que eu posso colocar uma mesa na praça e cobrar para ler uma mão, é cultural e ninguém vai me chamar de ladra e ter medo de mim. Essa lei veio para mostrar que o cigano é um ser humano”, afirmou.

O deputado Iran Barbosa ponderou que é preciso fazer mais que apenas comemorar a data. Ele salientou que este povo carece de auxílio do Poder Público em diversas vias.

“Precisamos não apenas fazer a comemoração do dia, nós precisamos desafiar todos os poderes para que se somem em um processo de busca de construção de uma política de inclusão e de respeito a essa comunidade”, declarou.

O parlamentar lembrou que esta é uma etnia que tem uma contribuição grande, que tem marcas históricas na sociedade, mas que precisa ser valorizada, respeitada e ter acesso a políticas públicas que ajudem o processo de inclusão.

“Isso passa por reflexão que nós entendermos que nenhuma política pública se estabelece através de nenhuma etnia se não tiver dados reais sobre essa comunidade. Então nós precisamos fazer esse mapeamento, identificar as principais necessidades, essas questões todas precisam estar sempre pautadas pelo próprio Poder Público para poder dar respostas as demandas dessa comunidade”, falou.

O encontro realizado nesta terça-feira contou com apresentação de dança cultural, oração ecumênica, palestras e um ato simbólico da distribuição do sangue do povo cigano. Com suco de melancia houve oferecimentos emanando o bem.

Fotos: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese

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