Câncer de Mama, foi pauta de diversos discursos na tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), promovendo audiências públicas, palestras e lançamento oficial da Casa Parlamentar em adesão a campanha “Outubro Rosa”, com a aprovação da Lei 7.526/2012 de autoria da deputada estadual Goretti Reis (PSD), que visa a redução do câncer de mama e de útero em Sergipe e estabelece a instituição do movimento da campanha como evento oficial em todo o Estado de Sergipe.
A Alese também instituiu a Lei 7.994/ 2015 de autoria da ex deputada Conceição Vieira (PT), que estabelece a Semana Estadual de Luta contra o câncer de mama no Estado, a ser realizada anualmente a partir de 8 de março, objetivando examinar, cadastrar, esclarecer, conscientizar sobre o tema, com ênfase no diagnóstico precoce, além da Lei 5.050/2013, que concede o direito a uma folga anual para realização de exames de controle do câncer de mama e de colo de útero.
De acordo com dados nas estatística do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) e o Ministério da Saúde (MS) estimam a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer no Brasil em 2018. O número preciso da estimativa é de 582.590 casos novos de câncer: 282.450 em mulheres e 300.140 em homens.
Somente o câncer de mama feminina atinge o número 59.700 novos casos para biênio 2018-2019. Um número bastante elevado para um país urbanizado, industrializado e com população em processo de envelhecimento, que possui os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina e intestino entre os mais incidentes, em linha com países desenvolvidos do Ocidente.
Para a deputada estadual Goretti Reis, os dados apresentado pelo INCA são assustadores, que preocupam. Por isso a importância da campanha Outubro Rosa e a mobilização mundial em torno de uma doença que se tratada, com o diagnóstico precoce, tem cura. “É uma campanha que precisa atingir a todos porque se trata do combate e prevenção a uma doença que é a segunda maior causa morte entre as mulheres no Brasil, o câncer de Mama”, ressaltou Goretti.
De acordo com o médico oncologista clínico, Michel Fabiano Alves, em explanação na Assembleia Legislativa de Sergipe durante sessão especial realizada este ano, afirmou que cerca de um terço das neoplasias que acometem as mulheres são câncer de mama.
O especialista explicou que nos EUA, são 252 mil novos casos por ano, o que não difere muito da realidade brasileira, sendo esperados 57 mil novos casos para este ano de 2018. Com relação à mortalidade em decorrência da doença, estão sendo registradas 15 mil pacientes por ano. Já com base nas estimativas obtidas em Sergipe, fruto dos registros de câncer hospitalar e de base populacional, espera-se que em 2018, os novos casos de câncer de mama estejam estimados em 470, sendo que a rede hospitalar de assistência atende também pacientes provenientes de estados, como Bahia e Alagoas.
Para o médico Michel Fabiano, a justificava plausível para a abordagem sobre o assunto está em ser o câncer de mama o tumor mais frequente em mulheres, tendo sobrevida média de 90% após cinco anos de diagnóstico.
“Atualmente, conseguimos contemplar a cura de várias mulheres. Por outro lado, um em cada cinco casos de câncer de mama já oferecem diagnóstico na fase mais avançada, em metástase, o que representa a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. No Brasil, a cada hora, seis novos casos de câncer de mama aparecem. No mundo, a cada 19 segundos, um novo diagnóstico desse tipo de câncer surge entre as mulheres, e a cada 74 segundos uma mulher morre com câncer de mama”, salientou.
Segundo a vendedora Vânia Costa, de 35 anos, a campanha Outubro Rosa é importante porque além de fazer um alerta à população, conscientiza também a prevenção no diagnóstico precoce do câncer de mama. Em seu relato, ela disse que teve uma tia, por parte da mãe, que teve câncer de mama e precisou mutilar uma das mamas. Segundo ela, essa situação poderia ter sido evitada se ela tivesse tido orientação correta e também ter realizado o auto exame. Para Vânia, a falta de informação e as dificuldades da tia de se morar no interior, contribuíram para a doença. Hoje ela usa prótese, mas teve dificuldade de aceitação, explicou.
Origem do Outubro Rosa
É o nome dado para uma campanha internacional para sensibilização da população para o problema do câncer de mama.
Este movimento teve a sua origem nos Estados Unidos, depois do Congresso ter determinado o mês de Outubro como o mês da prevenção desta doença. Durante este mês são feitas várias atividades que promovem a detecção precoce do câncer de mama.
Durante o mês de Outubro, são organizadas várias ações que pretendem fortalecer a necessidade e a importância da prevenção para um diagnóstico precoce. Também são angariados fundos para pesquisas que estudam a causa, prevenção, diagnóstico, tratamento e cura do câncer de mama.
Uma das características do Outubro Rosa é a iluminação de monumentos importantes com a cor rosa como forma de apoio à causa. No Brasil, o primeiro monumento com esta iluminação foi o Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, no ano 2002. Atualmente, são também iluminados outros monumentos, como o Palácio do Planalto, o Panteão da Pátria Tancredo Neves, Cristo Redentor, o Congresso Nacional e vários outros.
O símbolo do Outubro Rosa é um laço ou fita rosa, algo que começou graças à G. Komen Breast Cancer Foundation, que os distribuiu numa corrida de sensibilização do câncer de mama, organizada em 1991 na cidade de Nova Iorque.
Por Luciana Botto – Rede Alese com informações do INCA, AMO
Fotos: Jadilson Simões
Capa: Divulgação- internet