Por Assessoria Parlamentar
O Brasil foi colônia de Portugal de 1500 até a vinda da família real portuguesa em 1808. Depois disso viveu situações distintas, mas agora, com o governo de Jair Bolsonaro, está correndo o risco de voltar a ser colônia. Essa foi a avaliação feita pelo deputado estadual Francisco Gualberto (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, em discurso na tribuna durante a sessão desta terça-feira, 26. “Situação do Brasil é muito mais grave do que se pensa, com relação aos direitos individuais, à democracia, liberdade de expressão. Todos os sinais estão sendo dados para que algo que não serve para o povo brasileiro possa vir a acontecer”, alertou.
O deputado lembra que nos últimos 20 anos o Brasil havia começado a construir uma política diferente no mundo. “E quem começou chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, que ao sentir que a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) queria se instalar no Brasil, se insurgiu e foi buscar outros parceiros comerciais. Após isso, o Brasil passou a ser respeitado no mundo inteiro, tendo voz na ONU sem ser membro da organização. Serviu de exemplo, através de seus programas sociais, para que o mundo discutisse como combater a fome e a miséria. Mas agora vivemos o risco de voltar a ser colônia”, disse Gualberto.
Para Francisco Gualberto, o atual presidente é um caso para a psiquiatria resolver. “Não acredito que ele seja normal. Se tem algum parafuso no cérebro, todos estão aluídos ou folgados”, afirmou o parlamentar. “Não pode ter a postura que teve na última viagem aos EUA. Com um gesto simples, ele oficializou o povo brasileiro como de segunda categoria”, enfatizou Gualberto, criticando o decreto assinado por Bolsonaro liberando qualquer turista estrangeiro oriundo dos EUA, Canadá, Japão e Austrália do visto para entrar no Brasil. “Essa medida não tem contrapartida. Ou seja, os brasileiros continuarão precisando de visto para entrar em qualquer país desses. E somente um presidente sem sintonia com a realidade do mundo pode se desfazer do seu povo dessa maneira”.
Gualberto lembrou ainda que há mais de 20 anos os EUA tentavam utilizar a base militar de Alcântara (MA) para experimentos bélicos, sem sucesso, mas agora conseguiram com facilidade. “As intenções e as contrapartidas oferecidas não justificam o uso, mas o presidente Bolsonaro foi lá nos EUA agora e ofereceu, sem que eles sequer pedissem. É preciso estar louco para fazer uma política internacional dessa”, reclamou o deputado. Além dessa ação, segundo Gualberto, o presidente Jair Bolsonaro foi à sede da CIA, fora da agenda oficial, para tramar contra a Venezuela. “Que mal está fazendo a Venezuela para o Brasil? Que provocação verbal ou bélica está fazendo a Venezuela ao Brasil? Mas Bolsonaro colocou as fronteiras brasileiras a serviço das forças armadas americanas, caso queiram atacar a Venezuela. Tem juízo um homem desses?”, questionou.
Para reforçar sua tese de entreguismo, Gualberto cita vários exemplos ocorridos nos últimos meses. Entre eles, a lei que garante ao capital estrangeiro o controle de 100% das empresas aéreas do Brasil, o que significa a entrega do controle aéreo nacional; outra que diz que qualquer estrangeiro pode comprar a dimensão de terra que desejar em qualquer lugar do país, principalmente na Amazônia, sendo que no Brasil o dono da terra é dono também do subsolo. “O Brasil já não tem o controle sobre o petróleo, energia, fertilizantes, espaço aéreo nem tem potencial para dominar a extensão oceânica. Portanto, no que está se tornando o Brasil se não numa colônia novamente?”, questiona mais uma vez o deputado.
Em sua análise, Francisco Gualberto diz ainda que há muita trama para desestruturar o país e entregá-lo de vez aos estrangeiros. Entre os inimigos do Brasil estão o ministro Sérgio Moro, CIA, grande imprensa, capital internacional, redes sociais, e os oportunistas. “Até agora não existe um aceno sequer de um programa importante para melhorar a vida do povo brasileiro. Um projeto que possa combater a fome e a miséria, melhorar a educação, preservar as riquezas naturais. Nenhuma palavra, frase ou gesto nesse sentido”, reforça Gualberto. “Eles estão preparando o terreno, dominando o país de todas as formas para depois dar o golpe final. Percebam que atualmente 8 ou 9 ministros de primeiro escalão são militares. Ou seja, já existe aí uma tomada de poder de forma bem sutil. Ou a gente reage, ou o povo que se preocupa com a democracia no Brasil irá ver, o mais breve possível, a concretização de uma catástrofe anunciada”, garante.