Por Habacuque Villacorte – Rede Alese
Com o objetivo de encontrar alternativas para o derramamento de óleo no litoral da região Nordeste, em especial no sergipano, a deputada estadual Kitty Lima (Cidadania) promoveu no plenário da Assembleia Legislativa, na tarde dessa terça-feira (29), uma audiência pública com diversos segmentos envolvidos da pesca e do Meio Ambiente, além de representantes de órgãos de fiscalização como o Ibama, a Marinha, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aracaju, a OAB, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal.
Ao justificar a iniciativa do debate, a deputada Kitty Lima não poupou críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para ela o Nordeste precisa se unir para encontrar respostas para o “desastre ambiental”. “A gente tem acompanhado isso com muita angústia! O nosso povo não tem respostas. Pescadores e marisqueiros estão assustados. Conseguimos mobilizá-los com o senador Alessandro Vieira (Cidadania), temos a notícia agora da antecipação de dois meses do seguro-defeso”.
Kitty Lima disse não saber se o pagamento será suficiente para suprir as demandas. “Não sabemos quanto tempo isso vai durar! O governo federal é um desastre! Ele não tá agindo como deveria. Ou o Nordeste todo se une ou não vamos ter respostas e soluções para o que aconteceu. Reunimos todos os órgãos para definir os encaminhamentos, porque se a gente não fizer, o governo federal não fará”, completou.
Por fim, Kitty Lima defendeu que é preciso ouvir todas as opiniões e informações para poder definir os encaminhamentos necessários. Ela disse que é importante que os órgãos se manifestem, mas também a população e os pescadores. A deputada ainda levantou uma preocupação com o meio ambiente. “Precisamos verificar como estão os animais. De que forma eles estão sendo prejudicados. Temos que fazer pressão! Os Governadores do Nordeste precisam se reunir e pressionar o governo federal! É vergonhoso o que nós estamos presenciando”.
Pescadores
Por sua vez, o secretário da Federação dos Pescadores de Sergipe (FEPESE), Marcos Menezes, disse que tem participado de várias reuniões para tratar do assunto e externou que a categoria está sendo bastante prejudicada. “A preocupação do governo com esse óleo na água deveria ter começado lá atrás, desde agosto. Não fizeram nada para prevenir e não deixar chegar ao nosso litoral. Felizmente nós ainda temos alguns deputados, o senador, o procurador da República e outros envolvidos que estão lutando para defender a nossa causa”.
Ainda segundo Marcos Menezes muitas embarcações já se encontram em alto-mar para a pesca e o governo federal está determinando que, a partir de 1º de novembro, nenhuma delas esteja em uso. “Esses barcos ficam de 8 a 15 dias no mar. O defeso só começa em dezembro. Estamos tentando contatar para que eles possam voltar, até para não serem multados. Já conversamos com o MPF sobre o assunto porque os pescadores já estão sofrendo demais com tudo isso”.
