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Audiência na Alese debate políticas públicas para pessoas com autismo

8/4/2022

Por Aldaci de Souza/Alese

“Lugar de autista é em todo lugar”. O tema da campanha Abril Azul deste ano, foi debatido em audiência pública realizada pelo deputado Luciano Pimentel (PP) na manhã desta sexta-feira, 8, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, com a participação de especialistas no assunto, pais e familiares. 

Deputado Luciano Pimentel fala sobre as leis aprovadas na Alese

De acordo com o deputado, o evento teve por finalidade é discutir a temática do autismo e ajudar na compreensão da sociedade através das ações do Abril Azul. Foram realizadas três palestras e ao final alguns encaminhamentos foram definidos.

“Essa audiência pública da nossa proposta de no mês de abril fazer diversas ações no sentido de fomentar a discussão para que a sociedade tenha uma compreensão melhor com relação ao autismo. Temos leis e projetos nesse sentido: aprovamos a lei do abril azul e mais recentemente a lei para que o laudo que atesta a condição de autista passe a ser prazo indeterminado e os autistas passem a ter políticas públicas oferecidas pelo governo, como também aprovamos alei que traz o atendimento preferencial aos autistas; além de um Projeto de Lei da criação de uma carteira dos autistas para que possibilite que tenhamos uma estatística por sexo, por idade e faixa de renda visando a adoção de políticas públicas. E mais recentemente aprovamos uma lei que penaliza pessoas jurídicas ou pessoas físicas que discriminem de alguma forma o autista“, ressalta.

Antônio Luiz destacou importância da audiência

O primeiro palestrante foi o auditor fiscal e radialista Antônio Luiz dos Santos, presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades em Sergipe. “Essa audiência pública é muito importante para buscar valer os direitos e buscar melhores condições de vida, educação, trabalho e interação social. Por isso estamos saindo daqui com bons resultados”, afirma lembrando que essas pessoas sempre existiram, mas não tinham lugar na sociedade.

Segundo a palestrante Carolyn Estella Chaise Freire de Carvalho, formada em Terapia Ocupacional pela Boston University (Estados Unidos), fundadora da Instituição Rosa Azul e que atualmente gerencia o Centro de Integração Raio de Sol (Ciras), no bairro Santa Maria, um dos avanços para as crianças autistas, foi frequentar as escolas.

Carolyn Estella representou o CIRAS

“Antes as crianças não iam para as escolas, mas para centros de reabilitação como o Ninota Garcia, a Apae, mas escolas ninguém nem falava há 40 anos atrás. Eu tiro o chapéu para a Secretaria de Educação que fez um grande investimento beneficiando crianças e adolescentes que possuem entre outras dificuldades, a de se comunicarem. Crianças tem que estar nas salas de aula”, ressalta destacando a importância da terapia ocupacional e da inserção da linguagem por meio dos movimentos.

Para a palestrante Sheila Christine Santos Fernandes de Sousa, presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados de Brasil (OAB/SE), é importante que não tratem a pessoas como siglas, a exemplo de PCD e TEA.

Sheila Christine: “Siglas incomodam”

“Particularmente isso me incomoda, pois PCD  significa Pessoa Com Deficiência, então se trata de um ser humano e não de uma senha, de um código. Na declaração de Imposto de Renda, o código 23 cita ‘Filho Menor Incapaz’. Meu filho não é incapaz; nossos filhos não são incapazes. A gente precisa humanizar e mostrar para a sociedade incansavelmente que somos cidadãos. Essa iniciativa do deputado Luciano Pimentel é importantíssima para que as políticas públicas sejam construídas e se adequem à necessidade das pessoas com deficiência”, entende.

A palestrante Priscila Boaventura destacou a importância de se fazer cumprir as legislações. “Eu sou mãe de autista e co-fundadora de um grupo de acolhimento para mães autistas, o TEA Mãe. Todo espaço para falar de autismo é muito importante e na Casa do Povo que é aqui na Assembleia é de extrema relevância, o destaque social que é dado. Somos muito gratos a todas as leis que temos, mas precisamos de fiscalização da prática”, observa.

Priscila Boaventura é co-fundadora do TEA Mãe

Segundo a palestrante Carolyn Estella Chaise Freire de Carvalho, formada em Terapia Ocupacional pela Boston University (Estados Unidos), fundadora da Instituição Rosa Azul e que atualmente gerencia o Centro de Integração Raio de Sol (Ciras), no bairro Santa Maria, um dos avanços para as crianças autistas, foi frequentar as escolas.

“Antes as crianças não iam para as escolas, mas para centros de reabilitação como o Ninota Garcia, a Apae, mas escolas ninguém nem falava há 40 anos atrás. Eu tiro o chapéu para a Secretaria de Educação que fez um grande investimento beneficiando crianças e adolescentes que possuem entre outras dificuldades, a de se comunicarem. Crianças tem que estar nas salas de aula”, ressalta destacando a importância da terapia ocupacional e da inserção da linguagem por meio dos movimentos.

Participação

Entre os participantes, o presidente do Instituto Ana Carolina, localizado no Simão Dias, José Raimundo Oliveira .

Raimundo Oliveira , presidente do Instituto Ana Carolina

“Esse é um momento de extrema felicidade para os pais para que sejamos ouvidos e possamos clamar por políticas públicas em favor das nossas crianças com espectro autista. Movimentos como esse deveriam ter sempre para que a gente discuta as nossas dificuldades e tentemos sanar através das políticas públicas. Cuidar de um autista não é barato, não é fácil e precisamos pensar em todas as famílias que precisam estar com as mentes boas para cuidar dos filhos. Um evento desse é maravilhoso para sanar as nossas dúvidas. Sou pai de duas filhas com espectro autista e hoje o Instituto Ana Carolina atende a mais de 100 famílias”, informa.

Osvaldo Júnior Alves dos Santos trabalha como cozinheiro. Ao lado da esposa Andrea Oliveira e do filho  Dênis Rafael de Oliveira Santana. de apenas quatro anos, participaram da audiência pública.

Osvaldo Júnior fez um relato sobre o filho

“Nosso filho nasceu perfeito e com quatro meses de idade, após a vacina tríplice, começou a ter várias crises compulsivas e epiléticas. Os médicos não fechavam o diagnóstico e nós começamos a filmar as reações dele; quando foi constatada a Síndrome de West, uma doença rara e o médico disse que ele não ia caminhar e nem falar. Isso mexeu muito com a gente. Fomos para o neurologista Dr. Thiago Cavalcante e pela orações principalmente da minha sogra, que nosso filho caminha, fala e não toma mais nenhum medicamente. Antes eram quatro comprimidos por dia. Foi detectado o autismo e hoje ele tem déficit de atenção devido às crises epiléticas. Hoje ele faz parte do Projeto Ciras onde teve a melhor reabilitação. um evento como esse é muito bom para a gente ouvir as palestras e dividir experiências”, acredita.

Encaminhamentos

Ao final do evento, o deputado Luciano Pimentel informou que tentará fazer via Assembleia Legislativa de Sergipe, uma campanha publicitária por meio da TV Alese e de emissoras de rádio para que haja um entendimento melhor das legislações aprovadas sobre o tema.

Audiência aconteceu no plenário da Alese

“Vamos estar buscando junto às áreas do Governo do Estado, a regulamentação das leis e em quais locais as famílias podem buscar apoio em caso de descumprimento da legislação; também coloco o nosso gabinete a disposição para tratar de sugestões que venham a ocorrer por parte de todos essas instituições aqui representadas e também para que todas as leis tenham o significado que realmente obedeçam aquilo que se propõem, dando maior conforto às famílias e aos autistas”, acrescenta.

Fotos: Joel Luiz/Jadison Simões

 

 

 

 

 

 

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